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domingo, 14 de outubro de 2018

Página de 2018 virou e 2020 já é logo ali



É certo que ninguém quer tratar de uma nova eleição quando o processo da última acabou de fechar. Mas, apesar da resistência, não tem como negar o que as urnas mostram ao fim de cada campanha eleitoral. Na verdade, o eleitor ao depositar seu voto em um candidato dá a ele também confissões de sonhar com voos mais altos. Em Pernambuco, alguns nomes conseguiram despontar em números de votos para obter, digamos assim, o credenciamento antecipado de seus respectivos partidos para concorrer à Prefeitura do Recife em 2020. A escola, vale a pena ressaltar, dependerá da conjuntura política que será desenhada a partir da definição da sucessão presidencial e os arranjos partidários no âmbito local.

 No cenário definido no primeiro turno no estado, o engenheiro João Campos (PSB), 24 anos, um estreante em disputas eleitorais, conquistou mais de 400 mil votos. Filho do ex-governador Eduardo Campos e bisneto do ex-governador Miguel Arraes, ele evita falar de um futuro que não esteja ligado ao mandato que irá exercer na Câmara a partir de 2019. João foi eleito com o apoio majoritário do partido, mas não está sozinho na lista de nomes cogitados para disputar o cargo de prefeito pelo PSB. O deputado federal reeleito Felipe Carreras (PSB) alimenta o sonho de ser candidato, um sentimento o parlamentar demonstra há algum tempo. 

Durante a campanha, comentários de bastidores davam conta que, devido o apoio irrestrito da cúpula do PSB a João Campos, o deputado teria perdido bases ligadas ao prefeito Geraldo Julio, que, na eleição de 2014, garantiram o bom desempenho do auxiliar (na época secretário municipal de Turismo) no Recife, onde Carreras foi o mais votado entre os candidatos a deputado federal. Mesmo sem contar com o suporte dos líderes socialistas, o parlamentar teve uma votação bem próxima de João Campos na capital. Ele obteve 8,41 (67.244 votos), enquanto Campos teve 8,86% (70.864). Outro nome que pode ser puxado pelo PSB para disputa municipal é a delegada Gleide  ngelo, eleita deputada estadual com uma votação surpreendente (412.636 votos). No caso dela, a ideia é eleição em Jaboatão dos Guararapes ou Olinda, onde Gleide teve um bom desempenho nas urnas.

 No campo oposicionista, a vereadora Marília Arraes (PT) conquistou o segundo lugar na disputa para deputado federal. Preferida na campanha estadual, em razão do acordo entre PT e PSB em favor de Paulo Câmara (PSB), a petista também aparece como um nome para concorrer à Prefeitura do Recife. A indicação dela, no entanto, depende dos desdobramentos da aliança PT/PSB. Se a parceria for mantida, Marília, provavelmente, terá que sair do partido e procurar outra legenda que abrace seu projeto majoritário. Procurada  para falar sobre o assunto, a vereadora afirmou por meio de sua assessoria, que não trataria de disputas futuras e, neste momento, seu objetivo é de "encarar com responsabilidade o mandato para o qual fomos eleitos". 

 O deputado federal Bruno Araújo (PSDB), candidato ao Senado na chapa de Armando Monteiro (PTB), avaliou que, após o resultado das eleições, seu partido precisa primeiro olhar internamente para "se reencontrar e se reinventar". "Para nós, foi um grande impacto. O eleitor reduziu o PSDB à metade", avaliou. Mesmo diante desse quadro, o tucano afirmou que a legenda deve se preparar para projetos majoritários. "Temos dois anos para cuidar disso", frisou. 

Bruno ficou em quarto lugar na disputa pelo Senado e obteve no Recife uma votação que poderá levá-lo à disputa de prefeito em 2020. Os votos representam um ativo que, segundo o deputado, ficará guardado para ser usado no futuro. (Diário de Pernambuco)


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