Os moradores do município de Pesqueira, no Agreste,
acordaram hoje com uma boa notícia: a água do Rio São Francisco começou a
chegar à Estação de Tratamento de Água (ETA) da cidade e já está sendo
distribuída nos bairros do Centenário, Prado e Centro, as primeiras localidades
atendidas pela integração no novo sistema mediante a interligação das Adutoras
Moxotó e Agreste. A chegada das águas do velho Chico ao município de Pesqueria
marca um momento crucial para os 65 mil habitantes e será a solução para o
abastecimento tendo em vista que as barragens de Santana, Pedra D’Água e Afetos
entraram em colapso no fim de setembro deste ano, deixando a cidade em colapso.
Ao receber a notícia sobre essa etapa de integração das
adutoras do Moxotó e Agreste, o presidente da Companhia Pernambucana de
Saneamento- Compesa, Roberto Tavares, ressaltou a importância do empreendimento
que beneficiará dez municípios da região. "Essa foi uma obra hídrica
prioritária do governador Paulo Câmara, que acompanhou todas as etapas do
empreendimento e representa a capacidade que o Governo de Pernambuco teve se
interligar sistemas e fazê-los funcionar, apesar das obras da transposição não
terem sido concluídas pelo Governo Federal", afirmou o presidente.
A obra de interligação da Adutora do Moxotó à Adutora do
Agreste foi uma alternativa encontrada e sugerida ao governador Paulo Câmara
para viabilizar o atendimento da população com água do Rio São Francisco, sem a
conclusão do Ramal do Agreste, componente essencial para o pleno funcionamento
da Adutora do Agreste, o maior empreendimento hídrico e que salvará 68 cidades
e 80 localidades do Agreste da seca. A água que chegou a Pesqueria vem de
longe, de Floresta, da captação da barragem de Itaparica, percorre 160
quilômetros até Rio da Barra, em Sertânia, e mais outros 120 quilômetros
passando pelas adutoras do Moxotó e do Agreste.
Por causa dessa complexidade, os testes do novo sistema
durou mais de um mês. "Surgiram vazamentos, fomos consertando, percorrendo
pacientemente os trechos da antiga e novas adutoras, até chegarmos a esse dia
histórico para Pesqueira, com a água disponível nas torneiras”, explicou
o presidente da Compesa, Roberto Tavares.
Ainda segundo a Companhia, houve um aumento de 73% na
oferta de água para o município. A vazão passou de 45 litros de água por
segundo (essa era a vazão dos sistemas que entraram em colapso) para 78
litros por segundo. “Esses 33 litros por segundo farão a diferença. Nesse
início, como a cidade estava em colapso, o consumo deve ser alto, mas a
tendência é normalizar e conseguirmos abastecer de maneira satisfatória
Pesqueira apenas com a água do Rio São Francisco”, afirmou Tavares.
Pesqueira é a terceira cidade do Estado a receber água da
Transposição do Rio São Francisco. A primeira foi Sertânia e, em
setembro, a água chegou a Arcoverde. A população de Alagoinha, também
localizada no Agreste, será atendida com a água que está chegando a Pesqueira.
Os técnicos estimam ainda um prazo de 30 dias para que ocorra o equilíbrio no
novo sistema e que a água chegue com regularidade nas cidades de Pesqueira de
Alagoinha. "Esse período de ajustes é normal quando do início de qualquer
operação de um novo sistema", antecipa Roberto Tavares, que pede a
compreensão da população para essa fase.
Outros municípios também receberão água do Rio São
Francisco, beneficiados pela interligação da Adutora do Moxotó com a Adutora do
Agreste. São eles: Venturosa, Pedra, Belo Jardim, Sanharó, Tacaimbó, São Bento
do Una e São Caetano, beneficiando, ao todo, 400 mil pessoas. O empreendimento
é a primeira ligação do Eixo-Leste da Transposição do Rio São Francisco com o
Agreste pernambucano e conta com um investimento de R$ 85 milhões. (Por Pedro Neto)
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