O ex-ministro da Educação (2003-2004), educador e
senador da República Cristovam Buarque (PPS-DF), é contra a aprovação pelo
Congresso Nacional das propostas contidas no projeto Escola sem Partido para o
sistema educacional do Brasil. Segundo Buarque, as prerrogativas colocadas
pelo projeto, como a de que o aluno possa denunciar professores por suposta
doutrinação ideológica, vão criar estado de "suspeição geral" em sala
de aula, que prejudicará as relações de confiança e a própria dinâmica escolar.
"Escola sem partido é a escola de um partido único,
que é o mesmo do governo", apontou o senador, em entrevista ao UOL.
"Já se fez escola sem partido na União Soviética e na Alemanha nazista,
por exemplo. Não deu certo. A gente tem de ter escola com todos os partidos,
uma escola com pluralidade", defendeu.
Buarque falou da realidade das universidades públicas
brasileiras. "O que não pode, realmente, é o que hoje acontece em muitas
universidades federais, em que um partido se apropriou [do espaço público] e
não deixa os outros [partidos] participarem".
Para o ex-ministro da Educação, dois fatores permitiram o
crescimento de um movimento como o do Escola sem Partido. "Primeiro, é
preciso reconhecer: muitos professores exageraram nos últimos anos, em vez de
debater, querendo doutrinar. Houve certo exagero na maneira como alguns
professores se sentiram donos da verdade de um partido. Segundo, por outro
lado, o reacionarismo e o comodismo dos que não gostam dessas ideias, mas não
querem disputar nem debater, querem só coibir. O silêncio não é um bom
conselheiro na educação", declarou. ( JC Online)
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