Da Redação Jc Online, com agências
Ao menos 19 governadores eleitos no País encontram-se,
nesta quarta-feira (14), em Brasília, com a equipe do futuro presidente do
País, Jair Bolsonaro (PSL), que foi convidado a participar. No encontro desta
manhã, contudo, boa parte dos chefes do Executivo do Nordeste levará falta,
inclusive o pernambucano Paulo Câmara (PSB), que está em período de férias na
Europa. De acordo com o governo do Piauí, o governador Wellington Dias (PT)
representará a região, encaminhando as prioridades do grupo para o mandato que
se inicia em 2019: geração de emprego e segurança pública. Com o agravamento da
situação fiscal das unidades federativas, os gestores também devem pleitear
junto a Bolsonaro a renegociação da dívida dos Estados, medida considerada
primordial pelos governantes para que as contas estaduais voltem a se
equilibrar.
O Nordeste foi a única região do País em que o capitão da
reserva não venceu nas eleições. Todos os governadores nordestinos mantêm
postura de oposição ao novo governo, o que deve dificultar a relação dos
Estados com a União.
O evento foi organizado pelos futuros governadores do
Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e de São Paulo, João Doria (PSDB). Além
desses, confirmaram participação na reunião os governadores eleitos do Acre,
Gladson Cameli (PP); Amapá, Waldez Góes (PDT); Amazonas, Wilson Lima (PSC); de
Goiás, Ronaldo Caiado (DEM); Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB);
Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM); do Pará,
Helder Barbalho (MDB); Paraná, Ratinho Júnior (PSD); Rio de Janeiro, Wilson
Witzel (PSC); Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); de Roraima, Antonio
Denarium (PSL); Santa Catarina, Coronel Carlos Moisés da Silva (PSL); do
Tocantins, Mauro Carlesse (PHS), e do Piauí, Wellington Dias.
O vice-governador da Bahia, João Leão (PP), que no momento
é governador em exercício, representará o Estado. Até as 23h, nem o Palácio do
Campo das Princesas nem a vice-governadora eleita, Luciana Santos (PCdoB),
informaram se a deputada federal participaria da reunião. Os demais
governadores eleitos ou reeleitos não confirmaram participação no encontro.
Para a cientista política Priscila Lapa, a ausência de
alguns governadores neste primeiro encontro com o presidente eleito não deve, a
princípio, ser considerado um boicote do grupo nordestino. “A leitura que
podemos fazer dessa ausência é que talvez eles ainda não tenham uma estratégia
sobre como se posicionar em relação a esse futuro governo”, pontuou, lembrando
que os gestores estaduais terão outras oportunidades para apresentar suas
demandas a Bolsonaro.
O cientista político Ernani Carvalho enxerga o quadro com
cautela. O estudioso pondera que resquícios do período eleitoral tornam a
situação de alguns futuros governadores e vice-governadores em relação a
Bolsonaro delicada, mas diz que nenhum desses casos é de solução
intransponível. “Fica difícil para a Luciana Santos, que é do PCdoB, um partido
que é criticado abertamente pelo presidente eleito, se sentir à vontade de ir
para uma reunião dessas. Mas isso poderia ter sido contornado com boa vontade,
bom senso e, obviamente, política, que é o que eles foram contratados pelo povo
para fazer”, declarou.
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