O convite do futuro governo de Jair Bolsonaro a
dois tucanos abriu uma discussão no PSDB sobre a expulsão de quem aceitar
cargos na gestão que assume em janeiro. Integrantes da legenda que defendem um
distanciamento do novo governo querem a saída do partido dos tucanos
"adesistas". A bancada do PSDB na Câmara se encontra nesta quarta-feira
(5) à tarde com Bolsonaro, mas a retórica oficial é a de que a legenda apoiará
as reformas, mas não terá cargos – em convergência com os discursos feitos pelo
MDB e PRB, que também se encontraram na terça (4) com o presidente eleito.
O deputado Danilo Forte (CE), que não se reelegeu, e Mayra
Pinheiro, ex-candidata ao Senado pelo Ceará e que também não foi eleita, foram
convidados para cargos no segundo escalão do governo Bolsonaro. O futuro
ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), chamou Forte para atuar numa das
coordenadorias que serão ocupadas por ex-parlamentares para fazer a articulação
com o Congresso. Aliados de Forte chegaram a divulgar que ele ocuparia o setor
responsável pela interlocução com o Nordeste, o que foi negado por Lorenzoni,
depois que caiu mal no PSL a indicação – Forte já foi do MDB e PSB e presidiu a
Funasa no governo Lula.
Mayra Pinheiro, médica pediatra, foi chamada para a ocupar
a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde, a convite do futuro
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS). Ela ficará responsável pela
gestão do Mais Médicos.
O ex-candidato ao governo do Ceará pelo PSDB, General
Theophilo, também foi convidado por Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça e
Segurança Pública, para
ocupar a Secretaria Nacional de Segurança Pública, mas ele se desfiliou do
partido.
O senador Tasso Jereissati (CE) é um dos que defendem nos
bastidores o desligamento desses tucanos, mas o PSDB está dividido em relação à
questão. Os três convidados para os cargos são do Ceará, estado que tem como
principal liderança tucana Jereissati, que foi governador cearense duas vezes. Foi o que informou o G1.
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