A expulsão dos médicos cubanos do Brasil promovida por Jair
Bolsonaro (PSL) já está causando, de acordo com o líder da Oposição no
Senado, Humberto Costa (PT-PE), graves danos ao sistema público de saúde.
O parlamentar lamentou, nesta segunda-feira (3), que a decisão do presidente
eleito esteja deixando vários postos do SUS sem atendimento e também elogiou o
trabalho e solidariedade dos cubanos. Hoje, ele participa de uma despedida dos
profissionais no aeroporto de Brasília.
“As vagas ofertadas pelo edital aberto pelo Ministério da
Saúde foram preenchidas, em grande parte, por profissionais que já estão no
Sistema Único de Saúde e que simplesmente saíram de prefeituras ou de
organizações sociais para ingressar agora Mais Médicos. Ou seja, muitos estão
saindo dos postos que têm no SUS e isso ameaça desorganizar inteiramente a
rede”, afirmou.
Da tribuna do Senado, Humberto agradeceu "em nome do
povo brasileiro, de milhões de pessoas que tiveram a oportunidade de ter, nos
seus municípios, nas aldeias indígenas, na periferia das grandes cidades, um
atendimento com profissionais médicos altamente capacitados".
"Eles nos deram uma lição de solidariedade, assim como
o governo cubano, que nos ajudou de forma significativa a melhorar os
indicadores de saúde do nosso país. Mais de 700 municípios tiveram, pela
primeira vez na sua história, um médico atuando nos seus limites
geográficos", comentou.
O senador avalia que o rompimento do contrato do programa
feito pela decisão de Bolsonaro de alterar unilateralmente as cláusula vai
aumentar os custos do Estado com saúde. Ele citou um estudo realizado pela
Fundação Getúlio Vargas, este ano, para ressaltar o número de ampliação do
número de médicos no atendimento básico de saúde, que evitou 521 mil
internações em 2015.
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