Levados ao centro das discussões na transição de
governo, lideranças indígenas tentam ser recebidas nesta quinta-feira
(6) pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Representantes da Articulação
dos Povos Indígenas do Brasil (Apib)elaboraram uma carta com
reivindicações. A permanência da Fundação Nacional do Índio (Funai) e a
continuidade da demarcação de terras indígenas são tratadas como
pautas prioritárias pelo grupo.
Representantes de vários estados chegaram durante a manhã ao Centro Cultural
Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde Bolsonaro e a equipe de
transição trabalham até a posse presidencial.
Nos últimos dias, o destino da Funai gerou debate no novo governo.
Nesta quinta, o órgão fica sob responsabilidade do Ministério da Justiça. Primeiro,
houve indicação de que a Fundação poderia ficar sob o comando do Ministério
da Agricultura. Depois, ganhou força possível ida para a Pasta da Cidadania.
Nova rodada de reuniões sobre o tema está prevista para esta quinta.
"Que pare essa especulação da Funai. O único ministério que tem preparo é
o da Justiça. Cobramos a permanência da Funai no Ministério da Justiça", disse
o coordenador da Apib, Kretã Kaingang.
Após ser eleito, Bolsonaro também afirmou ser contra as demarcações.
"No que depender de mim, não tem mais demarcação de terra indígena",
disse à TV Bandeirantes em novembro. Na carta, o grupo classifica as afirmações
feitas por Bolsonaro nos últimos meses como fruto de visão
retrógrada, autoritária, preconceituosa.
De acordo com o coordenador da Apib, o grupo pede apenas que seja
respeitada a Constituição, que garante direitos aos
indígenas. "Falar, todo mundo fala. Até papagaio fala. A gente tem um
direito constitucional. Ele vai ter que cumprir. Pode não ter sido eleito pelos
povos indígenas, mas é um governo do Estado brasileiro", disse.
Até o início da tarde, eles não haviam sido recebidos, mas protocolaram a carta
na sede governo de transição. A informação é da Folha Press
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