A empresária pernambucana Maria do Céu Kelner anunciou,
nesta sexta-feira (7), a sua desfiliação do PPS, partido no qual estava filiada
desde 2005 e concorreu a deputada estadual nestas eleições, mas não se elegeu.
Ela obteve 9 mil votos. Em carta para oficializar a saída da sigla, a
empresária mostrou descontentamento com a posição de independência anunciada
pela legenda com relação ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo ela, é necessário “uma firme oposição ao governo do presidente eleito”.
Maria do Céu ainda deve conversar com o presidente nacional
do PPS, Roberto Freire. Foi Freire quem a indicou quando então ministro da
Cultura para comandar a Representação Regional da pasta. Em abril deste ano, a
empresária deixou o cargo para disputar as eleições. À época, ela já analisava
a possibilidade de mudar de partido.
“No PPS atuei por 13 anos, interagindo com filiados e
militantes, sempre dando prioridade ao diálogo. Entendo que o partido
contribuiu para a redemocratização do país e na defesa de temas importantes,
acionando o STF na luta pela criminalização da homofobia, contra a flexibilização
do porte de armas e na defesa do Estatuto do Desarmamento, sempre em defesa do
ECA e contra a redução da maioridade penal – temas que sempre defendi e onde me
sinto representada enquanto filiada.
Contudo, o momento atual exige de nós um posicionamento
firme na preservação dos direitos sociais e na defesa da diversidade, com uma
firme (e necessária) oposição ao governo do presidente eleito. E é assim,
portanto, que comunico minha desfiliação do PPS”, diz a carta.
No Estado, a sigla é presidida pelo deputado federal
reeleito Daniel Coelho, que, em entrevista à Rádio Jornal, ressaltou que o
partido – que passa por uma refundação com mudança de nome – não vai se alinhar
com a oposição a Bolsonaro. Segundo Daniel, a sigla vai manter uma “postura
crítica”, mas apoiando as medidas propostas pelo novo governo que se alinharem
com o programa do partido.
Confira a nota na íntegra
“Durante toda a minha vida estive comprometida na defesa da
diversidade, dos princípios democráticos, da liberdade e sempre acreditei na
política como ferramenta de transformação social. Em 2005, me filiei ao PPS
(Partido Popular Socialista), partido esse que teve coragem de levar ao horário
gratuito eleitoral, na rádio e TV, a defesa da comunidade LGBT, enquanto tantos
outros se omitiram em Pernambuco.
No PPS atuei por 13 anos, interagindo com filiados e
militantes, sempre dando prioridade ao diálogo. Entendo que o partido
contribuiu para a redemocratização do país e na defesa de temas importantes,
acionando o STF na luta pela criminalização da homofobia, contra a
flexibilização do porte de armas e na defesa do Estatuto do Desarmamento,
sempre em defesa do ECA e contra a redução da maioridade penal – temas que
sempre defendi e onde me sinto representada enquanto filiada.
Contudo, o momento atual exige de nós um posicionamento
firme na preservação dos direitos sociais e na defesa da diversidade, com uma
firme (e necessária) oposição ao governo do presidente eleito. E é assim,
portanto, que comunico minha desfiliação do PPS.
Mas a luta não pode parar, e é por isso que seguirei firme
na política, com dignidade e muito trabalho na busca por igualdade, respeito,
liberdade e tolerância, bandeiras que sempre levantei e continuarei levantando,
em prol de uma sociedade mais justa e inclusiva”. A informação é do Blog de Jamildo.
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