Alzeni da Silva arruma seus alfaces. Ela está preocupada,
como muitos outros pequenos produtores que vieram participar da décima
"Feira da Reforma Agrária" no centro do Rio de Janeiro, a última
antes da posse em janeiro do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Entre mudas de coentro e cebolinha, cujos aromas impregnam
o mercado, Alzeni teme que "com o novo governo vai ser ainda mais difícil
fazer ouvir nossas reivindicações e ter acesso a políticas públicas".
Isso porque Bolsonaro prepara um governo de militares e
ultraliberais, onde os gigantes do agronegócio estarão bem representados.
A organização à qual pertence, o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que organiza a feira, nasceu em 1984 e se
tornou um dos mais importantes movimentos sociais da América Latina, exigindo a
redistribuição de terras cultiváveis entre pequenos produtores e defendendo uma
agricultura sustentável.
Um modelo agrícola diametralmente oposto ao atual, que
favorece a monocultura de soja, milho e cana de açúcar, assim como a criação
extensiva de gado para a exportação, e que reforça a concentração de terras.
Este ano, a feira não recebeu ajuda pública. Mas Alzeni
elogia a recepção dos cariocas.
"Tivemos uma recepção muito boa". "Para a
gente, é importante mostrar que conseguimos produzir, em quantidade, alimentos
saudáveis". (Fonte: AFP)
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