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sábado, 29 de dezembro de 2018

No Congresso, time de Bolsonaro é leão que mia



Blog do Josias

Presidentes da República em início de mandato costumam ser picados pelo mosquito que transmite a febre da megalomania. Infectado, Jair Bolsonaro frequenta a briga pelos comandos da Câmara e do Senado numa condição inusitada. Ele pensa que dispõe de uma força de leão. Mas emite um som de gato quando ruge.

No momento, os candidatos favoritos às presidências da Câmara e do Senado são o deputado Rodrigo Maia e o senadsor Renan Calheiros. Bolsonaro faz cara de nojo para ambos. Teria duas alternativas: construir maioria capaz de impor outros nomes ou posar de equidistante. Preferiu fazer uma opção pela trapalhada.

Nesta sexta-feira, Onyx Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil de Bolsonaro, posou de leão numa reunião com o presidente do PRB, Marcos Pereira, e o candidato do partido à presidência da Câmara, o deputado-pastor João Campos. A chance de Campos prevalecer sobre Maia é inexistente. Fora do escritório de transição, pouca gente leva o projeto do pastor a sério.

Após o encontro, propagou-se a tese segundo a qual o novo governo condiciona seu apoio na disputa pelos comandos das Casas legislativas à formação de uma base partidária que dê suporte legislativo a Bolsonaro. A formulação exclui Rodrigo Maia, cuja candidatura atrai simpatias num raio que vai do centrão ao PCdoB.

No início de dezembro, coube ao senador eleito Flávio Bolsonaro encenar a pose de leão. "Não há a menor condição de apoiar Renan Calheiros para a presidência do Senado", disse o filho mais velho do presidente.

"Rodrigo Maia já teve seu tempo à frente da Câmara, não conseguiu garantir o quórum suficiente para a votação da reforma da Previdência. O novo momento do Brasil pede um presidente inédito" na Câmara, acrescentou o primogênito.

Hoje, pendurado nas manchetes na companhia tóxica do ex-assessor Fabrício 'Faço Dinheiro' Queiroz, o 'Zero Um' da dinastia dos leões anda sumido. Mas outros operadores de Bolsonaro continuam soltando a franqueza da coleira sem verificar se há viabilidade política por trás dos rugidos cenográficos.

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