Em discurso de posse como presidente do Tribunal
de Contas da União (TCU), o ministro José Múcio Monteiro fez
um agradecimento ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi
ministro das Relações Institucionais entre 2007 e 2009. O petista está preso e
condenado na Operação Lava Jato em Curitiba.
No evento em Brasília, o ex-deputado federal por cinco
mandatos falou para uma plateia em que estavam futuros ministros do
governo Bolsonaro: Paulo Guedes, da Economia, Sérgio Moro, que assumirá a
Justiça, Fernando Azevedo e Silva, da Defesa, e Wagner Rosário, que já chefia a
CGU sob Michel Temer e seguirá no novo governo. Quando Múcio agradeceu a
Lula, houve aplausos. Guedes e Moro, que o condenou à prisão, não
aplaudiram.
"Preciso agradecer ao povo de Pernambuco que me deu
cinco mandatos e ao ex-presidente Lula que me fez ministro", disse
Múcio. A plateia teve a presença ainda dos presidentes da República,
Michel Temer (MDB); do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE); da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ); e do Supremo Tribunal Federal, José Dias Toffoli. O governador
de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), esteve sentado ao lado de Ana Arraes, que
assume como vice do TCU, e José Múcio.
Múcio ainda defendeu a união entre os três poderes e situou
o tribunal como um órgão que deve ajudar a criar conexões e não apenas punir
gestores.
"Em todos os Poderes teremos em comum a esperança, a
solidariedade e a vontade de fazer dar certo. O concerto harmônico entre os
poderes torna-se mais necessário do que nunca. Equilíbrio e harmonia são
essenciais", disse Múcio, há nove anos no tribunal. Ele terá como vice a
ministra Ana Arraes.
"Não somos e nem queremos ser vistos apenas como o
órgão julgador que aponta o erro do gestor e sanciona a conduta irregular ou
ilegal", disse José Múcio. "Temos observado também as boas práticas
na gestão pública. Devemos enaltecer as condutas que merecem ser replicadas
pelo país."
Múcio destacou a intenção de contribuir para as pautas
prioritárias dos três poderes, evocando uma "agenda comum".
"Vamos atuar infraestrutura, desenvolvimento nacional, fomento a
transparência, e prevenção da corrupção", disse. (Estadão)
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