O cancelamento de uma fala à imprensa do presidente Jair
Bolsonaro e dos ministros Sérgio Moro (Justiça), Paulo Guedes (Economia) e
Ernesto Araújo (Relações Exteriores) causa um dano enorme à participação da
comitiva brasileira em Davos.
O encontro com jornalistas estava previsto para 13h
(horário de Brasília). Quando chegou perto da hora marcada, Bolsonaro decidiu
ir para o hotel. Segundo a assessoria da Presidência, ele estava cansado e
precisava se poupar fisicamente.
O cancelamento frustrou a expectativa dos participantes do
Fórum de ouvir a comitiva brasileira mais detalhadamente sobre as propostas do
novo governo.
Especialmente, essa seria a oportunidade para Paulo Guedes
expor com mais abrangência suas ideias na economia.
Até aqui, o ministro da Economia tem feito reuniões
fechadas com autoridades de outros países e investidores. A receptividade às
ideias do ministro tem sido muito boa. Perdeu-se uma ocasião em que ele pudesse
apresentá-las publicamente. O cancelamento desorganizado da fala à imprensa
prejudicou a estratégia de Guedes.
Investidores que pensam em pôr dinheiro no setor produtivo
do Brasil, como projetos de infraestrutura e abertura de empresas, são
racionais e não se apavoram com um cancelamento de entrevista. O que eles
analisam são as propostas do governo e a capacidade de colocá-las de pé.
No entanto, o cancelamento desorganizado, da forma como
ocorreu, pode desgastar a imagem do presidente Bolsonaro diante de situações de
pressão. Isso não é um bom sinal para um presidente, especialmente em um
ambiente como Davos, em que todos estão de olho nos primeiros passos do novo
governo brasileiro. (BLOG DO JOÃO BORGES)
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