Deputados do PSB se reuniram nesta quinta-feira, 10, em
Brasília e, em uma votação consultiva, indicaram por ampla maioria que o
partido não apoiará a candidatura do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ) à reeleição. A informação é do Estadão Conteúdo
Participaram da reunião 22 parlamentares e, segundo apurou
a reportagem, apenas um deputado mostrou interesse pelo apoio a Maia. A sigla
agora espera uma posição de PDT e PCdoB - os três integram um bloco parlamentar
-, para tomar uma decisão conjunta sobre quem será o candidato do grupo.
Ao mesmo tempo, há em curso uma articulação para ampliar o
bloco de centro-esquerda, com a inclusão do MDB, PP e PTB, o que reuniria 150
deputados. Se o grupo for fechado, é possível que seja definida uma candidatura
própria à presidência da Câmara, o que poderia desequilibrar o jogo que,
atualmente, é favorável a Maia. O demista já angariou o apoio de ao menos dez
partidos.
De acordo com o líder do PSB na Câmara, Tadeu Alencar (PE),
o apoio oficial do PSL a Maia teve impacto determinante no sentimento da sigla.
"Quando Maia não era visto como um candidato do governo, isso era um ativo
dele. Mas, no momento em que o partido do presidente Jair Bolsonaro aderiu à
chapa de Maia, sua chapa passou a ser identificada com a agenda do
governo", disse.
Para Alencar, Maia foi um bom presidente em sua primeira
gestão justamente porque deu espaço para todas as forças políticas da Câmara.
"Ele não utilizou instrumentos para atropelar a oposição e deu um relativo
equilíbrio para o funcionamento interno da Casa, além de ter tido uma boa postura
de independência em relação ao Executivo", afirmou.
Hoje pela manhã, Alencar e os líderes do PDT, André
Figueiredo (CE), e do PCdoB, Orlando Silva (SP), se reuniram com Maia no
gabinete da Presidência da Câmara. Alencar levou a Maia o descontentamento com
as alianças formadas por ele. "Ele nos disse que não fez uma aliança com o
governo e sim com o PSL, e que manteria todos os compromissos com a
oposição", disse.
Blocão
A articulação de um bloco mais amplo de centro-esquerda
visa garantir espaços importantes na direção da Câmara e no comando das
comissões temáticas, que são divididas de acordo com o tamanho dos blocos
parlamentares.
Segundo deputados ouvidos pelo Broadcast Político, sistema
de notícias em tempo real do Grupo Estado, não está descartada a possibilidade
de o bloco procurar também o PT, que será a maior bancada da Câmara, com 56
deputados. Isso porque havia um acordo de que Maia não procuraria os dois maiores
partidos da próxima legislatura - PT e PSL - durante a sua campanha.
Na semana passada, porém, o presidente do PSL, deputado
eleito Luciano Bivar (PE), anunciou o apoio oficial da sigla à candidatura de
Maia em troca de cargos na Mesa Diretora e em comissões importantes da Câmara.
O gestou foi visto por parte da oposição como uma quebra do acordo feito
inicialmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário