A tentativa de salvar a vaca que estava desde sexta-feira
atolada mobilizou dezenas de pessoas em Córrego do Feijão, em Brumadinho,
Minas, mas não terminou com final feliz. Depois de confrontarem policiais,
bombeiros e funcionários da Vale, que tentavam instalar tapumes no local,
quase 20 pessoas se embrenharam na lama para tentar retirar o animal. Mais de
uma hora depois, porém, ela precisou ser sacrificada.
Luciana Trindade, da Organização Não Governamental Ecoação,
conta que desde a manhã deste domingo voluntários de três organizações se
mobilizavam: Ecoação, Anjos do Asfalto e Luiza Mel. No fim da manhã, a Polícia
Civil retirou o grupo que tentava amarrar uma corda para içar a vaca. Alegaram
risco de rompimento da barragem 6 para impedir o esforço. A tarde, quando o
nível de risco foi reduzido para 1, ou seja, sem risco, todos voltaram.
“A Vale estava colocando um tapume. Só faltou aplicar um
adesivo de praia para esconder o estrago que fez. Mas foi uma revolta geral. As
pessoas gritavam e diziam que a polícia não podia impedir. Acabaram usando os
tapumes para chegar até a vaca”, conta.
Com o grupo já em campo, voluntários da Cruz Vermelha,
veterinários e bombeiros foram para o local apoiar os esforços. A retirada do
animal do local, cercado de lama por todos os lados, não foi possível. O Corpo
de Bombeiros analisou a situação, afirmou que não teria como içar, de
helicóptero, um animal daquele porte.
A vaca foi sacrificada com uma injeção, sob os olhares de
quase trinta pessoas que, minutos antes, comemoraram a vitória.
Ministério Público cobra retirada de animais
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) está
cobrando da Vale, de forma imediata, o resgate dos animais isolados na região de
Brumadinho em razão do rompimento da barragem. Também acionou a companhia para
que garanta "a provisão de alimento, água e de cuidados veterinários
àqueles animais cujo resgate não for tecnicamente recomendável". O pedido
foi divulgado na manhã deste domingo. (Estadão)
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