Quem vê o sorriso simpático e ouve a delicadeza na fala de
Gabriele Lorena Dias da Silva não imagina qual a maior paixão da jovem de 17
anos, e aluna do 3º ano do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Agropecuária,
do campus Floresta do IF Sertão-PE. Praticante de Jiu Jitsu desde os 9
anos de idade, a atleta participa de forma frequente de competições desde 2018
e já tem algumas conquistas no currículo.
A mais recente aconteceu no último dia 17, durante a Copa
João Bosco Fight Center, no ginásio do IFBA, em Paulo Afonso-BA. Competindo na
categoria Adulto Pena (até 58kg) Gabriele Lorena sagrou-se vencedora, “apesar
de ter 17 anos nas competições de Jiu Jitsu acontece assim, no ano em que vamos
fazer 18 anos já passamos a competir na categoria adulto, eu completo apenas no
fim do ano”, disse a atleta.
Na mesma competição Gabriele competiu ainda na Categoria
Absoluto, na qual não há limite de peso definido, assim, após enfrentar atletas
adultas de diversas categorias Gabriele conquistou a 2ª colocação.
A dedicação ao esporte começou de forma inusitada “quando
tinha 9 anos minha mãe me levou à academia para ter aulas de balllet, e antes
da classe de ballet havia um treino de Jiu Jitsu no local, quando chegamos cedo
fiquei assistindo o treino e me apaixonei pelo esporte, assim, na semana
seguinte eu já tinha deixado o ballet e estava treinando Jiu Jitsu”, contou a
atleta.
Gabriele admite que na região ainda há poucas meninas
praticando o esporte, do ponto de vista da atleta o machismo é ainda um dos
principais empecilhos para que o Jiu Jitsu se popularize entre as garotas. “É
um esporte de muito contato, e como não há muitas meninas praticando a gente
acaba tendo que treinar com meninos, acho que as pessoas estranham muito isso o
que acaba impedindo que mais meninas comecem a treinar”, afirmou Gabriele.
De acordo com Gabriele a prática da modalidade intensifica
nos atletas o respeito, humildade e a disciplina. Ela acredita que além de tudo
isso o Jiu Jitsu tem mais um potencial interessante para as mulheres “é uma
modalidade que se pode começar a praticar em qualquer idade, adaptada às
limitações e necessidade de cada um; e para as mulheres é muito bom quando se
quer desenvolver a capacidade de autodefesa; estou até pensando em realizar
aqui no campus Floresta uma oficina de autodefesa para garotas”.
E no calendário 2019 de Gabriele Lorena ainda há muitas
competições marcadas, como a Copa Maria Bonita, em Maceió e as três rodadas da
Liga Alagoana de Jiu Jitsu. “É um esporte caro, os campeonatos costumam ser em
cidades distantes e como ainda não é olímpico é ainda mais difícil conseguir
patrocínio, mesmo assim espero conseguir participar dos campeonatos que
traçamos, vou com o objetivo de vencer, e ainda que não consiga, com certeza
quero dar muito trabalho para as outras atletas”, afirma a aluna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário