Do UOL, em São Paulo
A mudança anunciada hoje pelo presidente Jair Bolsonaro
(PSL) por meio decreto, que isenta cidadãos de Estados Unidos, Canadá, Japão e
Austrália, não assegura a reciprocidade aos cidadãos brasileiros que pretendem
entrar nesses países -ou seja, sem reciprocidade, brasileiros vão continuar
fazendo todos os trâmites de visto exigidos hoje por esses países, inclusive o
pagamento de taxas e entrevistas.
No caso americano, a concessão de vistos aos brasileiros já
tinha ficado mais complicada em 2017, quando o presidente Donald Trump alterou
os procedimentos para solicitantes, ampliando o número de pessoas que são
obrigadas a passar pela entrevista. Quem pede a renovação de seus vistos na
mesma categoria desde 2017 passa por entrevista --antes, era dispensado se o
pedido fosse feito até 48 meses após o vencimento.
As regras para a isenção da entrevista também mudaram:
somente quem tem menos de 14 anos ou mais de 79 está dispensado. Antes, jovens
entre 14 e 15 anos e solicitantes acima de 66 anos que pediam o visto pela
primeira vez não precisavam realizar a entrevista no consulado.
O Ministério do Turismo afirma que o objetivo da mudança
nas regras brasileiras é atrair mais visitantes estrangeiros e equilibrar a
balança comercial. Em 2017, segundo a pasta, os brasileiros gastaram US$ 19
bilhões fora do país, enquanto os estrangeiros deixaram US$ 6 bilhões aqui. O
ministério afirma ainda que, com a medida, o país espera atrair mais visitantes
estrangeiros para movimentar a economia e gerar empregos para os brasileiros.
Medida semelhante foi adotada temporariamente durante os
Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
A partir de 17 de junho, os cidadãos americanos,
canadenses, japoneses e australianos poderão entrar no Brasil para turismo,
negócios ou passagem em trânsito por até 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias
--desde que não ultrapasse 180 dias, a cada 12 meses.
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