Foto: Ricardo Fernandes/Spia Photo/DP Foto |
Nem mesmo o esquema reforçado de segurança evitou que os bonecos gigantes representando o presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle fossem alvo de vaias e uma "chuva" de latas de cerveja, refrigerante e até pedras de gelo, na manhã desta segunda-feira (4),durante o tradicional desfile pelas ladeiras de Olinda.
Até poucos minutos antes da festa, que anualmente arrasta
milhares de foliões, representantes da Embaixada dos Bonecos Gigantes,
responsável pela organização do evento, não tinham confirmado a participação do
"casal Bolsonaro". Durante toda a concentração, os bonecos ficaram
cobertos com panos pretos.
Durante o trajeto, os foliões vaiavam e atiravam latas e
gelo no boneco de Bolsonaro. "Ai, ai, ai… Bolsonaro é o c...",
cantava o público.
Em alguns dos momentos de maior exaltação, na tentativa de
conter a reação popular, a PM interveio para dar apoio aos seguranças
particulares contratados pelos organizadores.
De acordo com foliões que acompanhavam o bloco, em pelo
menos duas ocasiões, a PM lançou spray de pimenta no público.
O arquiteto João Freitas, 50, reprovou a presença dos
calungas da família Bolsonaro no desfile. "Achei uma bobagem a organização
insistir em colocar os bonecos do presidente e da primeira-dama para desfilar.
Todo mundo que conhece o carnaval de Olinda sabe que ele não é bem-vindo na
festa, que sempre teve um caráter de crítica política muito forte. Acabou
criando uma tensão desnecessária", afirmou.
Já a pedagoga Lídia Soares, 41, aprovou os novatos. "O
carnaval das ladeiras de Olinda é democrático. Não tem porquê proibir nada. A
reação do público deixou claro que aqui não tem espaço para Bolsonaro, mas o
boneco só fez animar ainda mais a festa", contou.
Fonte: Estadão Conteudo
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