Governadores que se elegeram fazendo campanhas alinhadas a
Jair Bolsonaro têm adotado, neste início de mandato, posições mais pragmáticas,
que se descolam do discurso e até do partido do presidente, o PSL. Doria (SP),
Witzel (RJ) e Zema (MG) atuam na direção de novas alianças políticas, registra
artigo do articulista Bernardo Mello Franco em O Globo.
Segundo Franco, enquanto Bolsonaro enfrenta dificuldades na
articulação com a Câmara, governadores como João Doria (PSDB), em São Paulo,
Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais, e Wilson Witzel (PSC), no Rio, se
aproximaram de diferentes forças políticas nas assembleias legislativas, na
tentativa de consolidar uma base política que vá além da “onda Bolsonaro” vista
nas eleições de 2018.
A avaliação positiva do presidente da República caiu 15
pontos desde janeiro, segundo pesquisa Ibope. Bolsonaro também passa por um
estremecimento na relação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
que ameaçou deixar a articulação da reforma da Previdência após atritos com o
ministro da Justiça, Sergio Moro, e com o vereador carioca Carlos Bolsonaro
(PSC), filho do presidente.
Em São Paulo, o PSDB de Doria não compôs com o PSL no
Legislativo. Mesmo com a maior bancada na Assembleia, o partido de Bolsonaro
não conseguiu emplacar a deputada Janaína Paschoal na presidência da Casa. A
vitória foi de Cauê Macris (PSDB), reeleito em uma chapa que contou com apoio
até do PT.
No Rio, o maior distanciamento entre Witzel e o discurso
bolsonarista foi o pedido de desculpas à família da vereadora Marielle Franco
(PSOL), assassinada em março do ano passado. Na campanha, ele participou de um
evento em que uma placa com o nome de Marielle foi quebrada por Rodrigo Amorim
(PSL), deputado estadual mais bem votado do Rio.
*Com
Informações de O Globo
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