Na última quarta-feira (13), a Escola Estadual Professor
Raul Brasil, em Suzano, Grande São Paulo, foi palco de um crime que chocou o
país. Duas pessoas entraram na instituição de ensino e atiraram contra alunos e
funcionários, causando a morte de 8 pessoas. Em meio a tanto desespero,
Rhyllary Barbosa, 15 anos, encontrou um dos atiradores na entrada da escola e
foi decisiva para salvar a vida de outros estudantes no local.
A aluna do primeiro ano do ensino médio estava merendando
com uma amiga quando ouviu um disparo de arma de fogo no ambiente em que ela
estava. Quando ela se virou, foi surpreendida por Luiz Henrique Castro, de 25
anos, que ainda estava atirando contra os estudantes. Rhyllary, que é
praticante de Jiu-Jitsu, disse que precisou superar o medo para encarar o
assassino.
“Foi um momento desesperador, de muita aflição e medo. A
gente tinha de pensar rápido, eu principalmente precisei raciocinar muito
rápido para escapar”, contou a estudante para o G1. Ainda sem saber que a porta
da entrada da escola estava fechada e vendo que a machadinha usada por ele
estava no chão, ela entrou em confronto corporal com o assassino usando as
técnicas que aprendeu nas aulas de Jiu-Jitsu.
Tentando se manter firme no chão e depositando suas forças
nos calcanhares, a estudante chacoalhou Luiz Henrique para causar
desequilíbrio, quando o atirador a segurou pelos cabelos e deferiu diversos
socos contra Rhyllary. Surpreso com a ação dela e ao ver outros alunos correndo
para tentar sair da escola, Luiz Henrique soltou a estudante para pegar a
machadinha no chão, nisso ela conseguiu fugir e abrir a porta da escola, que
estava fechada, salvando muitos alunos.
Não se considera heroína
Faixa branca de Jiu-Jitsu, Rhyllary agradece ao mestre de
artes marciais dela por ensinar as técnicas usadas durante o confronto com o
atirador. Apesar de ter possibilitado a saída de muitos alunos pela porta
principal da escola, a estudante não se considera heroína e acredita que estava
no lugar certo, na hora certa.
“Sou apenas uma sobrevivente. Uma pessoa guerreira. Eu fico
emocionada e ao mesmo tempo fico triste pelas famílias dos colegas que
morreram. Uma felicidade também grita no coração porque poderia ser pior, mas
Deus me colocou lá para evitar a tragédia e eu fico grata por ter mais uma
chance de vida”, comentou a aluna.
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