Agência Brasil
Relatório do Banco Mundial divulgado nesta quinta-feira
(04) afirma que a pobreza aumentou no Brasil entre 2014 e 2017, atingindo 21%
da população (43,5 milhões de pessoas).
O documento intitulado Efeitos dos ciclos econômicos nos
indicadores sociais da América Latina: quando os sonhos encontram a realidade
demonstra que o aumento da pobreza no período foi de 3%, ou seja, um número
adicional de 7,3 milhões de brasileiros passou a viver com até US$ 5,50 por
dia.
No ano de 2014, o total de brasileiros que viviam na
pobreza era de 36,2 milhões (17,9%). O quadro negativo teve início com a forte
recessão que o país atravessou a partir do segundo semestre daquele ano, que
durou até o fim de 2016.
O Banco Mundial avalia que o fraco crescimento da América
Latina e Caribe, especialmente na América do Sul, afetou os indicadores sociais
no Brasil, país que possui um terço da população de toda a região.
Crescimento econômico
Mesmo assim, o Banco Mundial manteve as previsões de
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com altas de 2,2% em
2019 e 2,5% em 2020. As projeções são melhores do que as de outros países, como
o México (1,7%), mas ficam abaixo de nações como a Colômbia (3,3%). Os países
com previsão de queda no PIB são a Argentina (- 1,3%) e a Venezuela (-25%).
Para a região da América Latina e Caribe, o crescimento
deve ser menor do que o do Brasil. As estimativas iniciais eram de 1,7%, mas,
no mais recente relatório, elas despencaram para 0,9%, puxadas pelo péssimo
desempenho da Venezuela. O crescimento da América do Sul também deverá sentir
os efeitos da crise venezuelana, ficando em apenas 0,4%.
O relatório destaca as incertezas quanto à reforma da
Previdência, afirmando que sua aprovação "depende da formação de
coalizões", uma vez que o partido governista não tem maioria no Congresso.
A instituição elogia o Brasil por buscar um programa "ambicioso" de
reformas, mas afirma que o país é o caso mais preocupante na região depois da
Venezuela.
O Brasil deverá ter um déficit fiscal de 6,9% do PIB em
2019 e um déficit primário de 1,2% do PIB. A dívida pública deve corresponder a
80% do PIB.
"As perspectivas de crescimento para este ano não
mostram uma melhora substancial em relação a 2018, como consequência do
crescimento débil ou negativo nas três maiores economias da região – Brasil,
México e Argentina – e do colapso total na Venezuela", afirma o relatório.
Se excluídos os números venezuelanos, o PIB da América do Sul teria alta de
1,8% em 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário