O preço da gasolina nas refinarias da Petrobrasé o
mais alto desde o começo de novembro de 2018. O último reajuste, no dia 16 de
março, foi de 1,5% e fez o valor do litro do combustível chegar a R$ 1,8326.
A alta nas refinarias se reflete nas bombas — e no bolso —
dos postos brasileiros. Levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis), feito de 24 a 30 de março, mostrava que o preço
médio do litro de gasolina no país era R$ 4,362, o mais caro em quatro meses.
Quem abastece o carro em grandes cidades brasileiras pode
pagar muito acima do valor médio.
A pesquisa da ANP mostra que, no Rio de Janeiro, o litro
custa, na média, R$ 4,755. Em Belo Horizonte, o preço do litro gira em torno de
R$ 4,567; em Salvador, R$ 4,557; e em Porto Alegre, R$ 4,562 (veja abaixo o
preço por estado).
São Paulo é uma das poucas capitais com gasolina mais
barata do que a média nacional: R$ 4,095 o litro.
Se continuar em alta, a gasolina deve pressionar a
inflação. O Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio
Vargas) tem cálculos que mostram que cada ponto percentual de subida no preço
da gasolina reflete em um acréscimo de 0,04% a mais no IPCA, índice que mede
a inflação oficial.
O ex-diretor da ANP e professor do Instituto de Energia da
PUC-RJ Davi Zylbersztajn explica que o processo de composição do preço dos
combustíveis no Brasil é "muito transparente" e que a desvalorização
do real frente ao dólar somada à alta do barril de petróleo são os motivos da
alta.
"A desvalorização do real pode sim encarecer a
gasolina e o diesel no Brasil. Além disso, o preço do barril de petróleo está
subindo", acrescenta.
Na última quinta-feira (28), a cotação do dólar chegou
a superar R$ 4, com incertezas sobre a reforma da Previdência e um cenário
político tenso. A moeda norte-americana está no maior patamar desde agosto.
Fernando Mellis, do R7
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