Você sabia que no sertão de pernambuco existe um castelo
armorial? Pois é, poucas pessoas sabem disso, mas se vivêssemos hoje em uma
Monarquia, com certeza o reinado seria no município de São José do Belmonte, a
474 km do Recife. A cidade é palco de um palácio que tem mais de 15 metros de
altura. Ele enaltece a cultura popular sertaneja e enfatiza o Movimento
Armorial, que teve como precursor o dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e
professor Ariano Suassuna (1927-2014).
A elaboração do projeto teve início no ano de 2002. Já o
prédio começou foi construído entre os anos de 2007 e 2017 pelo empresário
Clécio Novaes, amigo por mais de duas décadas de Ariano. “Em uma de nossas
conversas, Ariano me disse que já tinha visto tudo sobre o movimento armorial,
menos uma arquitetura. Foi a partir daí que surgiu a ideia de criar o projeto
do castelo. Quando eu disse a ele que iria construir ele não acreditou”, relata
o comerciante.
Quem entra fica impressionado com tamanha delicadeza e
riqueza de detalhes. Cada centímetro do lugar tem uma história para contar.
Tudo foi milimetricamente pensado e fundamentado na literatura. Assim como o
movimento, a união entre o medieval, barroco, a cultura popular e o erudito são
fortes em cada canto do castelo. O palacete tem várias peças feitas regionais
feitas em barro. Elas foram confeccionadas pelos artesãos de Tracunhaém.
“Tivemos um trabalho imenso para deslocar cada obra de arte. Elas evidenciam os
personagens que ilustraram a obra ‘A Pedra do Reino e o príncipe do Vai e
volta’, de Ariano”, relata. .
No térreo existe uma exposição com iluminogravuras de
Ariano Suassuna. No segundo piso, há um acervo de xilogravuras de J. Borges. No
terceiro piso, existem fotos contando a história de São José do Belmonte e no
último andar existe uma cidade cenográfica doada pela Rede Globo Nordeste que
retrata o Sertão no período do coronelismo no Brasil (1889-1930). No alto
do castelo existem quatro torres. As duas frontais, remetem ao castelo do
personagem Dom Sebastião. Entre ele há uma ave chamada “quaderna”. Já as da
parte de trás simbolizam a cavalhada, com as cores azul e vermelho. Por: Samuel Calado - Redes Sociais e Site/Diário
de Pernambuco
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