O pessimismo cada vez maior do mercado financeiro e a queda
dos indicadores econômicos acenderam o alerta sobre o futuro da economia
brasileira sob o governo Jair Bolsonaro (PSL). Segundo o líder do PT no Senado,
Humberto Costa (PE), o Brasil caminha para uma depressão que poderá ter efeitos
ainda mais devastadores para os mais pobres.
Esta semana, o mercado reduziu pela 13ª vez consecutiva a
estimativa de crescimento da economia este ano. Desta vez, a estimativa para o
PIB 2019 foi de 1,23%. Os números foram divulgados pelo boletim Focus e têm
como base perspectivas de instituições financeiras sobre os principais
indicadores econômicos. Mas parte do mercado prevê uma redução ainda maior. O
Itaú Unibanco, por exemplo, também revisou para baixo a sua meta e estima que o
PIB deste ano fique em torno 0,9%, inferior ao 1,1% de 2018.
“O governo segue sem projeto para o país. Hoje, temos mais
de 13 milhões de desempregados e até agora Bolsonaro não apresentou nenhuma
proposta para resolver o problema. Pelo contrário, eles promovem uma guerra
ideológica e querem colocar brasileiros contra brasileiros. Jogam para plateia
para tentar esconder a sua própria incompetência e inabilidade. O resultado é
esse: o Brasil segue afundando numa grave crise econômica sem nenhuma
perspectiva para sair dela”, afirmou o senador.
O baixo desempenho econômico vem acabando também com a
paciência do mercado com o governo. Levantamento realizado pela XP
Investimentos mostra que, em quatro meses, a avaliação da gestão Bolsonaro
despencou 72 pontos. Aqueles que consideram o governo ótimo ou bom
somavam 86% em janeiro, contra os atuais 14%. Já aqueles que consideram o
governo ruim ou péssimo saltaram de 1% para 43%, no mesmo intervalo. As
avaliações regulares foram de 13% para 43%.
“Aqueles que bancaram irresponsavelmente a candidatura de
um presidente que já admitiu publicamente que não entende nada de economia já
estão arrependidos. Vivemos um cenário aterrador e, mais uma vez, os mais
pobres serão as principais vítimas. Bolsonaro pode até conseguir se manter
presidente por quatro anos, mas não sei se o Brasil irá sobreviver a esse
desastre. Estamos às bordas de uma depressão econômica”, avalia.
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