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segunda-feira, 6 de maio de 2019

MEC corta investimentos do ensino infantil à pós-graduação

Foto Internet
O corte de R$ 5,7 bilhões do Ministério da Educação atinge da educação infantil à pós-graduação.  O congelamento inclui verbas para construção de escolas, ensino técnico, bolsas de pesquisa, transporte escolar, além de custeio das universidades federais. A iniciativa atende a um decreto de contingenciamento definido pela área econômica do governo da ordem de R$ 30 bilhões. No MEC, ele envolve, no total, 23% dos valores discricionários (que excluem despesas obrigatórias, como salários). As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Na semana passada, o governo definiu um novo bloqueio de R$ 1,6 bilhão. O adicional de contingenciamento resultará em um corte total de R$ 7,3 bilhões. A divisão desse novo congelamento por área ou órgão ainda passa por análises dentro do MEC. E, apesar do  discurso do governo ter sido o de privilegiar a educação básica, especialmente a educação infantil, alfabetização e ensino profissional, essas áreas foram atingidas.

O embargo de recursos por motivação ideológica em universidades federais foi motivo de polêmica nesta semana passada. Em entrevista à Folha de São Paulo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu que priorizaria creches. Mas na educação básica, etapa que vai da educação infantil ao ensino médio, foram congelados até agora R$ 680 milhões. Com relação à construção e manutenção de creches e pré-escolas, a pasta contingenciou 17% dos R$ 125 milhões do orçamento autorizado. Esses recursos estão no âmbito do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), autarquia ligada ao MEC. O congelamento total do FNDE é de R$ 1,02 bilhão, equivalente a 21% do discricionário.

Além dos cortes em obras e manutenção do ensino, onde ações ligadas a livros didáticos e transporte escolar também sofreram impacto. Estão congelados R$ 144 milhões dos recursos para compra de livros, que representa 8% do autorizado.

Já o programa de aquisição de veículos escolares perdeu R$ 23 milhões, equivalente a 7% do previsto. Foram suspensos 40% dos valores separados para o ensino técnico e profissional. Dos R$ 250 milhões autorizados, R$ 99,9 milhões foram bloqueados. O corte para ações de alfabetização e Educação de Jovens e Adultos atingiu 41% do previsto. São R$ 14 milhões congelados ante de R$ 34 milhões autorizados.

De acordo com ex-secretário de Educação Básica do MEC, Cesar Callegari, numa entrevista à Folha de São Paulo, os cortes indicam a postura do governo. “É coerente com a falta de qualquer projeto na área educacional. O governo dá indicações de que, para ele, basta um ministro da Educação que seja vetor da guerra ideológica”, disse. “Com uma estrada e uma ponte, você interrompe a obra e depois continua. Mas a descontinuidade de programas de educação representa sua destruição”. 

(Fonte: JC Online)

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