O Maranhão e o Ceará perderam 45 milhões de dólares em
financiamento do Fundo para o Desenvolvimento Agrícola da ONU (Ifad) por falta
de aprovação da Comissão de Financiamento Externo do Ministério da Economia
(Cofiex). Os estados são governados por partidos de oposição Bolsonaro, o PCdoB
e o PT.
Os recursos perdidos seriam utilizados para a instalação de
cisternas, apoio a pequenos agricultores, comunidades indígenas e quilombolas.
Segundo estimativas, 100 mil famílias deixarão de ser atendidas pelo programa
das Nações Unidas.
O Ifad, que tem o objetivo de combater a pobreza e a fome
no campo estava disposto a destinar 20 milhões de dólares para o Maranhão
governado por Flavio Dino (PCdoB) e 25 milhões de dólares para o Ceará, de
Camilo Santana (PT).
De acordo com o diretor do Ifad para o Brasil, Claus
Reiner, o ocorrido foi uma grande perda para o país que conta com a atuação
desse fundo da ONU em seis projetos iniciados entre os anos de 2013 e 2015 com
a previsão de término em 2020.
Segundo Reiner, a possibilidade de extensão dos projetos é
prevista e o Ifad conta com um montante de 500 milhões de dólares para
iniciativas que acabaram não recebendo a aprovação da Cofiex. Para o Ministério
da Economia, a avaliação do Cofiex somente considera aspectos financeiros e
técnicos.
O Ceará está fazendo alterações na documentação que embasa
seu pleito de financiamento. No estado, a verba da ONU seria utilizada no
projeto Paulo Freire, iniciativa já em andamento com o próprio Ifad, que tem o
objetivo de reduzir a pobreza e elevar o padrão de vida de agricultores
familiares em condições de extrema pobreza em 31 municípios e em 600
comunidades rurais com baixo Índice de Desenvolvimento Humano.
Considerado pela ONU um país de renda média alta, o Brasil,
para poder receber verbas do Ifad deve apresentar contrapartidas com o objetivo
de mostrar o seu comprometimento com os valores investidos. É aí que entra o
aval do Ministério da Economia comandado por Paulo Guedes.
O Ifad existe desde 1978 e já forneceu mais de 18 bilhões
de dólares em doações e empréstimos a juros baixos para projetos que
beneficiaram cerca de 462 milhões de pessoas no mundo. O fundo é uma
instituição financeira internacional e uma agência especializada das Nações
Unidas com sede em Roma.
As informações são do Extra
Classe, via Vermelho.
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