Dirigentes dos cinco principais partidos de oposição - PT,
PSB, PCdoB, PDT e PSOL - avaliaram que não é o momento de pedir o impeachment
do presidente Jair Bolsonaro. Segundo eles, que se encontraram na quarta-feira
(22), não existe motivo formal para o afastamento, apesar do desgaste sofrido
pelo governo em apensas cinco meses de gestão.
"Não é hora de tomarmos nenhuma iniciativa neste sentido.
O terreno é o da luta política com mobilizações e ações conjuntas no
Congresso", disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros. Nesta
quinta-feira (23), o presidente afirmou que, "quem defende fechamento do
STF e do Congresso Nacional, estaria na manifestação errada".
No PT, sobretudo, a ordem é para não repetir com o atual
governo o "golpe" contra a presidente afastada Dilma Rousseff. Em
reunião de avaliação dos cenários políticos, na semana passada, dirigentes do
PT chegaram a questionar se a possibilidade de o vice-presidente Hamilton
Mourão assumir é melhor do que a permanência de Bolsonaro. De Curitiba, onde
está preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ordenou que o partido
intercale os ataques a Bolsonaro com propostas para a geração de empregos e
recuperação da economia.
Os dirigentes que fazem parte do Fórum dos Partidos de
Oposição decidiram também que vão acompanhar os desdobramentos da crise no
governo e as manifestações de rua marcadas para os dias 26 (em favor de
Bolsonaro) e 30 (contra os cortes do governo na educação) antes de decidirem os
próximos passos. "A depender dos desdobramentos, a gente volta a se
reunir", disse Juliano.
Além dele, participaram do encontro os presidentes do PT,
Gleisi Hoffmann; PSB, Carlos Siqueira; PDT, Carlos Lupi e o vice-presidente do
PCdoB, Walter Sorrentino. Nenhum deles chegou a colocar em pauta o pedido de
impeachment de Bolsonaro, mas o assunto foi tratado em função da pressão feita
pelas bases das legendas de centro-esquerda. Por meio das redes sociais,
militantes têm cobrado uma postura mais incisiva dos partidos. Nas
manifestações do dia 15 em defesa da educação, o grito "fora
Bolsonaro" foi ouvido em diversas cidades.
Além da avaliação unânime de que não existe motivo para um
pedido de impeachment do presidente, houve um entendimento comum dos caciques
quanto à gravidade do momento político e a necessidade de ampliar a rede de
oposição para entidades da sociedade civil. Uma série de encontros dos
dirigentes será agendada com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência (SBPC), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entre
outros. A informação é do Diário de Pernambuco.
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