Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Estadão Conteúdo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que, se o
Congresso Nacional não aprovar o projeto de crédito suplementar de R$ 248
bilhões, necessário para cumprir a regra de ouro, travará os pagamentos do
governo. De acordo com o ministro, sem o crédito, os pagamentos de subsídios
param em junho, de benefícios assistenciais em agosto e, do Bolsa Família, em
setembro. "Tenho que apostar que o Congresso vai aprovar o crédito
suplementar", completou ele, durante audiência da Comissão Mista de
Orçamento (CMO).
Guedes reforçou a necessidade de aprovação da reforma da
Previdência e disse que o crescimento desses gastos pode impedir a tentativa do
governo de "salvar o País". "Pode não dar tempo", afirmou.
Eles ponderou ainda que, como ministro da Economia,
"manda muito pouco" e que não é ele quem decide onde são feitos
cortes orçamentários, já que o presidente Jair Bolsonaro indica as prioridades
do governo. "As pessoas acham que eu tenho muito mais poder do que eu
tenho. O poder está em quem vai sancionar leis", concluiu.
Imposto sobre dividendos
O ministro da Economia afirmou ainda que há outros temas
que precisam ser endereçados no contexto econômico como, por exemplo, a
tributação em cima de dividendos, mas que a reforma da Previdência é mais
urgente neste momento. "Não vou cuidar do imposto em dividendos agora
porque daí a Previdência já explodiu É preciso desarmar essa bomba",
disse.
Conforme Guedes, uma eventual mudança em impostos tem
impacto somente no ano seguinte e, por causa disso, pode ser tratada depois.
Ele garantiu, contudo, que irá tratar desse tema, mas que
começou a endereçar o descontrole dos gastos pelo lado que acha "mais
certo".
"Se aumentar os impostos agora, posso destruir os
poucos investimentos que temos. É preciso agir com muito cuidado. Vamos olhar
isso também (tributação de dividendos), apagar o problema de excesso de
desonerações", enfatizou Guedes.
Privatizações
Questionado sobre o momento de fazer privatizações no
governo de Jair Bolsonaro, o ministro da Economia afirmou que é um movimento
para fazer "ontem, anteontem". Ponderou, entretanto, que há uma
"coisa com mais urgência", referindo-se à reforma da Previdência.
"Não posso nem pensar em correr para vender empresas
estatais. Salim (Mattar) está correndo, conversando com bancos, mapeando
potencial, conversando com dentro dos próprios ministérios", explicou
Guedes, referindo-se ao secretário Especial de Desestatização e Desinvestimento
do Ministério da Economia, Salim Mattar.
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