A ameaça de greve dos caminhoneiros está de volta, motivada
pelo reajuste de 2,56% do óleo diesel, anunciado ontem pela Petrobras. A
indignação da categoria não é só contra a estatal, mas também por causa de
medidas não cumpridas pelo governo.
Representantes de transportadores autônomos admitem que, no
conjunto da obra, ficou mais difícil controlar o clamor por uma paralisação
nacional.
Os mais revoltados iniciaram um debate sobre uma data de
paralisação por meio de obstrução de rodovias, como aconteceu em 2018. Os menos
indignados sugeriram chegar em comboio a Brasília e permanecer no
estacionamento do Estádio Mané Garrincha. Seria uma forma de pressionar o
governo, sem greve, mas com intimidação.
A maioria dos autônomos cogita unir forças com outra
parcela da categoria, capitaneada por Wanderlei Alves, o Dedéco, que havia
incitado uma greve para 29 de abril, mas abortou a ideia depois de ser atendido
pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
A reunião de Dedéco com o governo, em 22 de abril, ampliou
um distanciamento que existia dentro da categoria. O autônomo, que representa
alguns transportadores na Região Sul, sobretudo no Paraná, se alinhou aos
sindicatos, representados pela Confederação Nacional dos Transportadores
Autônomos (CNTA).
A proximidade enfureceu uma parcela maior de lideranças que
não se sentem representadas pela entidade. A revolta contra o Estado, no
entanto, pode unir a classe, admite Ivar Schmidt, líder do Comando Nacional do
Transporte.
Caso essa união aconteça, a greve seria muito semelhante à
de 2018. “Somos representantes de um setor que depende diretamente de uma
economia que parou. Não tem mais carga para transportar. E isso vai criando um
clima bélico que está por um fio para explodir com a falta de pautas
atendidas”, analisou Schmidt.
A classe cobra, sobretudo, as fiscalizações da jornada de
trabalho e do piso mínimo de frete. O reajuste do diesel é mais um elemento que
impacta o setor, levando o valor do combustível de R$ R$ 2,2470 para R$ 2,3047
nas refinarias. Por: Estado de Minas
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