O Senado aprovou, por 70 votos a quatro, o texto da reforma
administrativa aprovado pela Câmara dos Deputados. Com isso, o número de
ministérios reduziu de 29 para 22. Os senadores atenderam a um pedido do
presidente Jair Bolsonaro (PSL), que, em carta, pediu que mantivessem o texto
da forma como foi aprovado na Câmara e deixassem o Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf) sob a alçada do Ministério da Economia, de Paulo
Guedes.
Parlamentares da base aliada passaram boa parte da sessão
justificando o voto que tirou o Coaf do ministro Sergio Moro. A defesa de que o
órgão ficasse no Ministério da Justiça foi uma das pautas levadas às ruas por
manifestantes nos atos a favor do governo no domingo passado.
Em carta, assinada em conjunto com Moro e o ministro da
Economia, Paulo Guedes, o presidente pediu que os parlamentares não tentassem
alterar a MP, sob risco de ter que retornar a estrutura anterior da Esplanada
dos Ministérios, com 29 pastas - atualmente são 22. O documento foi entregue
pelo chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni - também signatário -, ao presidente do
Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), durante café da manhã no Palácio da Alvorada.
O pedido colocou em lados opostos o desejo inicial de Moro,
de ficar com o comando do Coaf, e o interesse do governo em manter a estrutura
com 22 pastas, independentemente em qual ministério estará o órgão de controle
financeiro.
Antes de colocar o texto em votação, Alcolumbre tentou um
acordo com líderes de partidos. Por mais de duas horas, a portas fechadas,
apelou aos colegas para que não houvesse pedidos para que a questão do Coaf
fosse votada nominalmente. Encontrou resistências.
Nem a carta de Bolsonaro nas mãos foi suficiente para o
presidente do Senado demover os colegas. Quem acompanhou a discussão disse que
os principais opositores ao acordo eram os senadores Álvaro Dias (Podemos-PR) e
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que diziam querer ouvir as ruas antes de tomar
qualquer decisão.
"Imagino as pessoas que foram às ruas indignadas com o
acordo que o governo fez mesmo contra o interesse do ministro Sergio
Moro", afirmou Randolfe. (Estadão Conteúdo)
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