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sábado, 29 de junho de 2019

Estado de SP registra recorde histórico de mortalidade materna


O estado de São Paulo, o mais rico da federação, registrou em 2017 recorde histórico nas taxas de mortalidade materna, revela levantamento inédito do Ministério da Saúde obtido pela reportagem.

Foram 60,6 mortes por 100 mil, o maior índice já verificado no estado desde o início da série histórica do ministério, em 1996. Os números de 2018 não estão consolidados.

O Rio de Janeiro viveu situação parecida, em patamares ainda mais maiores: 84,7 mortes por 100 mil. "A razão [taxa] de morte materna no Rio é maior do que a de vários estados no Nordeste. São Paulo teve aumento de 50% desde 2000", diz a médica Fátima Marinho, professora do Instituto de Estudos Avançados da USP e que até 2018 coordenou o SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade).

Entre os estados com o pior desempenho, o Pará lidera com 107,4 mortes por 100 mil. Já o Paraná apresentou a menor taxa do país, com 31,7 mortes por 100 mil.

O Brasil não cumpriu compromisso internacional para reduzir em 75% as mortes maternas e segue numa tendência de estabilização, mas em níveis altos, com 64,5 mortes por 100 mil -a meta era ter chegado a 35 em 2015.

"No estado de São Paulo, a situação pode ser considerada até mais grave do que a do Brasil porque, após atingir a razão de morte materna de 35, em média, entre 2003 e 2005, os índices têm subido a cada ano", afirma a ginecologista Rossana Francisco, presidente da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo).

Em 2003, São Paulo apresentou uma taxa de mortes maternas de 34,2 mortes por 100 mil, a segunda menor de oito estados do país que dispunham de dados na época. Em 2017, caiu para a 15ª colocação no ranking nacional.

Para Marisa Ferreira da Silva Lima, coordenadora da saúde da mulher da Secretaria de Estado da Saúde, o aumento está ligado à melhoria na notificação das mortes. Ela diz que a taxa em 2018 já teve queda e deve ficar em torno de 41,5 mortes por 100 mil, mas ainda não está consolidada. Por: Claudia Collucci - Folha Press

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