O governo Bolsonaro parece ainda não ter encontrado uma
solução para preencher as 3.847 vagas deixadas por médicos cubanos no Brasil.
Reportagem
da Rede Brasil Atual mostra que seis meses após o governo de Cuba
anunciar o fim de sua participação no programa Mais Médicos, em decorrência de
falas ameaçadoras de Bolsonaro à presença dos profissionais no país, 28 milhões
de brasileiros estão sem assistência médica.
Os dados sobre o desmonte da saúde no país foram expostos
pelo The New York Times. Em recente reportagem, o jornal norte-americano
mostra que quase 3 mil municípios continuam desassistidos, principalmente as
comunidades indígenas e ribeirinhas e as populações das regiões periféricas.
Uma situação que ocorre por conta do descaso com que o
governo Bolsonaro trata a saúde pública, segundo avaliação do ex-ministro
Arthur Chioro, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
“São dirigentes inescrupulosos que fundamentam suas ações
por um viés meramente ideológico, sendo incapazes de enfrentar a realidade e
admitirem que o programa Mais Médicos poderia inclusive ser aperfeiçoado”,
afirma o ex-ministro à repórter Nahama Nunes.
Em fevereiro, o Ministério da Saúde chegou a anunciar que
as vagas deixadas com a saída dos cubanos tinham sido preenchidas por médicos
brasileiros. No entanto, já em abril, milhares desses profissionais desistiram,
muitos sequer compareceram ao trabalho. O governo afirmou que mais que mais de
mil municípios, além de 10 Distritos Sanitários Especiais Indígenas, começarão
a receber 1.975 médicos, a partir desta segunda-feira (24). Um número ainda abaixo
da demanda.
Estudo realizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
mostra ainda que o Brasil poderá registrar, até 2030, 100 mil mortes
consideradas evitáveis devido à paralisação do programa Mais Médicos e do
congelamento dos gastos federais na saúde do país com a Emenda Constitucional
95, conhecida como PEC do Teto de Gastos.
“Lamentavelmente nós estamos lidando com um governo, um
presidente da República e ministro da Saúde que não têm nenhum compromisso com
a vida”, critica Chioro.
As informações são da Rede
Brasil Atual.
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