O mercado de trabalho se recupera em linha com a atividade
econômica, que está praticamente estagnada. O Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) de junho mostrou que houve a geração de 48,4 mil empregos
formais, o que representa o melhor resultado para o mês em seis anos. No
primeiro semestre, foram abertas 408.500 vagas, o maior número em cinco anos.
De acordo com economistas, o dado mostra que há uma retomada da carteira
assinada em ritmo lento. A expectativa é de que o segundo semestre tenha mais
geração de postos de trabalho.
Isso porque a economia andou de lado de janeiro a junho. No primeiro trimestre,
o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,1%, de acordo com o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Nos três meses seguintes, analistas de
mercado acreditam que o índice ficará entre uma queda de 0,2% e alta de 0,2%.
Ou seja, perto da estagnação.
Para o economista Hélio Zylberstajn, professor da Faculdade de Economia da
Universidade de São Paulo (USP), o resultado não é animador. “Ainda é muito
fraco. O país praticamente criou o mesmo número de vagas que em 2018, quando
392 mil empregos foram gerados. A variação é muito pequena”, disse.
O economista sênior do Banco Haitong, Flavio Serrano, destacou que, mesmo que o
número de criação de vagas tenha sido maior do que o esperado em junho, a
dinâmica é de enfraquecimento, o que reforça a perspectiva de estagnação.
“Junho foi bom, mas ainda é modesto. A recuperação da atividade econômica deve
ocorrer no segundo semestre, com a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), que deve ter impacto positivo no consumo. O varejo, que emprega
mais pessoas, pode refletir nos dados do Caged. Mas isso deve ocorrer apenas no
último trimestre do ano”, declarou. (Por Hamilton Ferrari Correio Braziliense)
Nenhum comentário:
Postar um comentário