O aplicativo FaceApp
fez sucesso nesse último fim de semana no Brasil. Os internautas se
divertiram com o app, cujo novo filtro mostra uma versão
‘envelhecida’ do usuário. A brincadeira, divertida, chamou atenção nas
redes sociais pelo resultado realístico. Mas o que está por trás dessa
tecnologia? E o que é feito com os dados fornecidos?
Inteligência Artificial
O software usa tecnologia de Reconhecimento Facial e
Machine Learning para identificar padrões nos rostos e, sobre eles, aplicar os
filtros que mudam a aparência nas fotos. É o que explica Diego Nogare, o Cheif
Data Officer da empresa de soluções digitais Lambda3.
“Eles pegam diversas marcações que são padrões no rosto e
colocam como se fossem uma máscara para localizar o que é olho, sobrancelha,
nariz. Baseado nisso conseguem fazer tratamentos naquela imagem”, diz.
Como subcampo da Inteligência
Artificial, o Aprendizado de Máquina é o método aplicado que possibilita ao
aplicativo reconhecer o que é um olho ou uma boca.
“Quando se treina uma máquina, a gente está usando um
conjunto de rostos genéricos. Ele pega um monte de exemplos de faces, que são
mapeadas de acordo com os elementos do rosto”, conta. Quando você começa a
fazer isso com uma base de vários exemplos de rostos diferentes, ele começa a
identificar aquele comportamento dos traços, sabendo que aquilo é um rosto, uma
sobrancelha, etc.” Assim, quando o sistema se depara com uma nova face,
consegue aplicar a mesma técnica, replicando os processos de identificação.
A tecnologia é poderosa e é usada para mais do que
montagens divertidas. O
governo chinês, por exemplo, conseguiu recentemente prender um cidadão
identificado no meio de outros 60 mil com auxílio do Reconhecimento Facial.
E a realidade não é tão distante assim; no Carnaval deste
ano, o Brasil testou a tecnologia em busca de foragidos da justiça. Em
Salvador, um criminoso foi identificado e preso, mesmo estando fantasiado de
mulher durante um bloco.
Dados
É certo que o uso maciço do aplicativo fornece aos
desenvolvedores uma grande base de dados. O que muita gente não atenta na hora
de baixar programas no celular ou se cadastrar em redes sociais são os termos
de uso e privacidade aos quais inevitavelmente consente. Por isso, é importante
saber a origem dos aplicativos e como tratam suas informações.
No caso do FaceApp, o software é um produto da empresa
russa Wireless Lab OOO, situada em São Petesburgo. A sua política de privacidade, a qual o
usuário aceita quando faz download, prevê que as informações coletadas podem
ser compartilhadas com uma série de empresas.
Isso inclui aquelas que “façam parte do mesmo grupo de
empresas da qual o FaceApp faz parte”, também organizações que “ajudam a
fornecer o serviço” ao aplicativo, e empresas parceiras de propaganda.
Enquanto a Lei
Geral de Proteção de Dados (LGPD), aprovada no ano passado, não entra em
vigor, a proteção dos dados pessoais não está assegurada pela legislação. Até
agosto de 2020, cabe ao usuário prezar pelas informações que escolhe
compartilhar na internet.
A orientação do especialista é a seguinte: “Use o
aplicativo, use o entretenimento da forma que é proposto, mas não deixe o
aplicativo instalado”, aconselha Nogare. “Se você desinstalar o aplicativo, ele
perde acesso às suas mídias salvas no celular”.
Fonte: NE10/Mundo Bit
Fonte: NE10/Mundo Bit
Nenhum comentário:
Postar um comentário