O ex-diretor-superintendente da Odebrecht Carlos Armando
Paschoal disse à Justiça de São Paulo que foi “quase que coagido a fazer um
relato” no caso do sítio de Atibaia – processo que ocasionou a segunda
condenação do ex-presidente Lula (PT). A informação foi divulgada nesta
terça-feira (16) pelo UOL.
A declaração foi feita em depoimento prestado em três de
julho ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em um processo sobre
improbidade administrativa, sem relação direta com o caso de Lula.
Durante a audiência, Paschoal, que é delator, foi
questionado sobre o acordo de delação firmado com Ministério Público Federal
(MPF). Quando perguntado sobre o motivo de delatores falarem sobre atos
praticados por outras pessoas, Paschoal respondeu: “Desculpa, doutor. Precisava
perguntar isso para os procuradores lá da Lava Jato”.
“No caso do sítio, que eu não tenho absolutamente nada, por
exemplo, fui quase que coagido a fazer um relato sobre o que tinha ocorrido. E
eu, na verdade, lá no caso, identifiquei o dinheiro para fazer a obra do sítio.
Tive que construir um relato”, afirmou.
Paschoal foi questionado sobre o que seria “construir um
relato”, e respondeu que é direcionar como “aconteceu isso, isso, isso e isso;
e eu indiquei o engenheiro para fazer as obras”, sem explicar como foi a coação
ou dar detalhes sobre como o depoimento foi “construído”.
Paschoal prestou depoimento à Justiça Federal no Paraná em
novembro de 2018, dentro do processo do sítio. O ex-diretor disse na ocasião
que recebeu um pedido da Odebrecht de “ajuda na reforma de uma casa em Atibaia,
que seria, segundo ele me relatou, oportunamente utilizada pelo então
presidente [Lula]“. Ele foi condenado a 2 anos de prisão, em regime aberto. Foi o que informou o Blog do Esmael.
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