Preocupado com a falta de assistência médica após a saída
dos profissionais cubanos do Mais Médicos, o líder do PT no Senado, Humberto
Costa (PE), cobrou explicações do ministro da Saúde Luís Henrique Mandetta.
Segundo o senador, milhões de pessoas vem agonizando com ausência de cuidados
de profissionais de saúde. Para ele, a falta de médicos pode também causar a
morte precoce de milhares de pessoas por problemas que seriam evitáveis.
Segundo dados do próprio Ministério da Saúde, a cobertura
do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) vem caindo e cerca de 3
milhões de pessoas deixaram de contar com assistência entre novembro passado e
maio deste ano. Desde que abriu editais para preencher as 8.517 vagas deixadas
pelos cubanos, o programa acumula desistências. Até o início de abril, 1.052
profissionais deixaram o projeto.
“Ao praticamente extinguir o programa Mais Médicos, o
governo Bolsonaro não apenas acabou com um dos mais bem avaliados projetos do
Governo Federal, ele também sentenciou milhões ao descaso, à tortura de não
dispor de cuidados básicos, de adoecer e não poder contar com o mínimo de
assistência e, em muitos casos, à morte prematura por doenças que poderiam ser
curadas com a ajuda de um profissional qualificado”, afirmou o senador.
Humberto lembra ainda que é nas regiões Norte e Nordeste do
país que os efeitos da saída dos médicos estrangeiros são mais sentidos. “São
nos rincões deste país, onde as pessoas já vivem à margem da dignidade, que a
população mais sofre. Há um desmonte de toda a saúde pública desse país. O
governo Bolsonaro precisa vir a público dar explicações sobre esse descaso com
a nossa população”, afirmou o senador. Em novembro de 2018, os médicos
cubanos deixaram o Brasil, após o governo eleito de Bolsonaro anunciar que iria
alterar unilateralmente o acordo internacional assinado com a ilha caribenha.
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