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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Afastamento de Deltan da Lava Jato é articulado pelo STF, diz jornal


Nos bastidores, os ministros do STF têm articulado o afastamento do procurador Deltan Dallagnol do comando da força-tarefa responsável pela Operação Lava-Jato, em Curitiba. O fato ocorre após a Corte ter solicitado à Polícia Federal as mensagens hackeadas de autoridades. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. 

Raquel Dodge, procuradora-geral da República, vem sendo pressionada para determinar a medida. Nessa quinta-feira (1), uma reunião de emergência foi convocada para que o assunto fosse discutido. 

Fontes próximas a Dodge afirmam que a procuradora não pretende criar tensão com o Ministério Público Federal, de maneira que o futuro de Deltan precisaria ser decidido pelo STF. A decisão poderá ser tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. 

Na última quinta-feira (1), Moraes determinou que as mensagens apreendidas pela Polícia Federal com os suspeitos de terem hackeado celulares de autoridades sejam encaminhadas ao STF no prazo máximo de 48 horas. O caso passa a estar sob a alçada do Supremo Tribunal Federal. 

A reação do tribunal ocorre no dia em que uma reportagem da Folha de S. Paulo, em parceria com o site The Intercept Brasil, revelou que, no ano de 2016, o procurador da república Deltan incentivou que colegas investigassem o ministro Dias Toffoli, atual presidente do Supremo. 

A apuração da Folha de S. Paulo mostrou que os ministros realizaram duras critícas a atuação de Deltan que, segundo os ministros, utilizou a Operação Lava-Jato como instrumento de intimidação. A investigação de ministros do STF por procuradores de primeira instância é proibida pela Constituição.

“Diante de notícias veiculadas apontando indícios de investigação ilícita contra ministros desta corte [STF], expeça-se ofício ao juízo da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília solicitando cópia integral do inquérito e de todo o material apreendido”, determinou o ministro Alexandre de Moraes à Polícia Federal. 

O procurador teria investigado as finanças pessoais de Dias Toffoli e de sua mulher, Roberta Rangel, atrás de evidências que comprovassem uma suposta ligação dos dois com o esquema de corrupção existente na Petrobras. A investigação de ministros do STF por procuradores de primeira instância é proibida pela Constituição.

Recentemente, o Ministro da Justiça, Sergio Moro, teria informado a autoridades que foram hackeadas que as mensagens obtidas com os suspeitos presos na Operação Spoofing seriam destruídas. 

Os ministros do STF reagiram a declaração do ex-juiz, afirmando que essa decisão cabe exclusivamente ao Judiciário Fonte: Diário de Pernambuco.

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