Foto: Divulgação/Cemafauna
Marília Banholzer
Está prevista para o início do mês de setembro uma reunião
entre o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e órgãos ligados à agropecuária
no Vale do São Francisco. O tema será a investigação do que pode estar causando
a morte de abelhas na região. O caso está sendo acompanhado pela promotora de
Justiça Rosane Moreira Cavalcanti. Para o encontro estão convidadas a Agência
Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa); a Agência de Defesa e
Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro); Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa); e as Agências Nacional (Anvisa) e Municipal de
Vigilância Sanitária.
De acordo com o Centro de Manejo de Fauna da Caatinga da
Universidade Federal do Vale do São Francisco (Cemafauna – Univasf), em
setembro do ano passado, criadores de abelhas da região procuraram a
instituição para investigar o motivo da morte e desaparecimento dos insetos. A
partir de então a situação vem sendo analisada pela pesquisadora Aline Andrade
e Silva, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
"Diversos fatores podem estar relacionados, como a
redução da vegetação natural que vem dando espaço a monocultura dos
tradicionais cultivos aqui da região, ao mesmo questões climáticas. No entanto,
as análises iniciais feitas nas abelhas mortas e no mel, comprovam a presença
de resíduo de substâncias químicas nas áreas cuticulares (pele) de abelhas e no
próprio mel", explicou a bióloga que tem pós-doutorado em genética e
evolução de abelhas.
Aline reforça que o estudo está em andamento e não há
conclusões de que os defensivos possam ser a causa direta da morte dos insetos.
Segundo ela, os materiais colhidos para estudo estão sendo analisados em
parceria com Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, e a Universidade de
Cardiff, na Inglaterra. Já foram analisados 468 lotes de mel e 1003 abelhas
encontradas mortas em locais distintos. Até o fim deste ano, a equipe técnica
da Cemafauna irá divulgar um relatório conclusivo sobre o caso.
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