O Partido dos Trabalhadores (PT) vai acionar a Justiça
nesta segunda-feira (12) contra a informação divulgada depois de uma operação
da Polícia Federal (PF) de que a legenda tem ligações com o Primeiro Comando da
Capital (PCC). O partido vai apresentar uma notícia crime no Supremo Tribunal
Federal (STF) contra o ministro Sérgio Moro por abuso de autoridade e
uma representação eleitoral contra o presidente Jair Bolsonaro por
propaganda negativa extemporânea.
“O que vimos essa semana foi mais uma armação grotesca das
forças reacionárias para tentar criminalizar o PT. A notícia falsa, vazada pela
Polícia Federal de Moro, foi cabalmente desmentida pelo promotor Lincoln
Gakiya, que há mais de uma década investiga a facção criminosa”, reclamou a
presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, que classificou a
situação como uma “farsa armada por Moro e Bolsonaro”.
Para o PT, Moro vem usando a Polícia Federal “com objetivos
políticos e mentindo sobre condução dos trabalhos da força policial”, quando
seu papel é, na verdade, “coibir e solicitar investigações sobre tais tipos de
vazamentos e não fomentá-los”. Por isso, em ação que será protocolada no STF, o
partido acusa o ministro da Justiça e Segurança Pública dos crimes de abuso de
autoridade e prevaricação – quando um funcionário público retarda ou deixa de
praticar indevidamente ato de ofício ou o pratica contra disposição expressa de
lei para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Os integrantes da Polícia Federal responsáveis pela
operação que investigou o núcleo financeiro do PCC também serão processados no
STF, pois, de acordo com o PT, divulgaram “a fala de um criminoso, sem nenhum
indício, relacionando o partido ao PCC”.
Já o presidente Jair Bolsonaro será alvo de uma
representação eleitoral por ter compartilhado essa informação em suas redes
sociais. “Ao divulgar, reiteradamente, notícias falsas e acusações infundadas
contra o Partido dos Trabalhadores, o presidente incorre em crimes e comete uma
série de irregularidades eleitorais, atentando contra as regras democráticas da
disputa política”, argumenta o partido.
O PT ainda vai apresentar pedidos de direito de resposta ao
jornal o Estado de São Paulo, à TV Record e à Rádio Jovem Pan, que divulgaram
as conversas atribuídas a lideranças do PCC que dizem ter tido relações com o
PT, e uma ação criminal por difamação contra a deputada Estadual Ana Campanolo
(PSL-SC).
“O que estamos vendo é uma escalada autoritária, que começa
exatamente assim, com o uso político das polícias. Vamos enfrentar essa prática
e fazer este embate em todas as frentes, judicial, midiática, política, até a
verdade prevalecer”, justificou Gleisi Hoffmann.
Fonte: Congresso em Foco
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