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quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Zika vírus: cepa coletada em Pernambuco causa inflamação mais agressiva, persistente e crônica


Não restam mais dúvidas de que a infecção pelo zika na gestação pode levar ao comprometimento do desenvolvimento do sistema nervoso central do bebê e, dessa maneira, causar complicações associadas à síndrome congênita do zika, cuja malformação mais conhecida é a microcefalia. Agora os pesquisadores já sabem também como essas alterações são processadas. Um estudo inédito desenvolvido na Fiocruz Pernambuco revela que não é apenas o vírus em si que leva a malformações. A resposta imunológica descontrolada, provocada pelo zika no organismo, é que pode causar danos ao sistema nervoso central.

Especificamente em relação aos casos de microcefalia, documentados primeiramente no Nordeste brasileiro, os pesquisadores perceberam que a cepa do vírus que infectou as gestantes em Pernambuco, na epidemia dos anos de 2015 e 2016, desencadeia um perfil inflamatório bastante específico, persistente e crônico. Para o estudo, duas cepas do zika foram utilizadas: uma originada no Camboja (país do sudeste asiático) em 2010; outra no Brasil, exatamente em Pernambuco e que foi isolada na unidade da Fiocruz no Estado.

“A nossa cepa favorece a permanência aumentada do vírus no sistema nervoso central. Percebemos que ela leva a uma inflamação mais prolongada e crônica. E quanto mais tempo o vírus passa no organismo, mais a criança sofre (com as complicações). Mesmo passados meses do nascimento, observa-se o cérebro inflamado, com permanência de doenças neurológicas”, explica o coordenador do trabalho, o pesquisador da Fiocruz Pernambuco Rafael França.

“A comparação entre os processos inflamatórios causados pelas duas cepas permitiu observar que a intensidade da resposta à cepa ancestral (Camboja) é muito mais exacerbada e curta, em relação ao tempo. Provavelmente o sistema imune consegue eliminar o vírus de forma rápida, o que não causa o prolongamento no processo inflamatório, que possivelmente causa a microcefalia”, destaca o pesquisador Antonio Rezende, que também desenvolveu o estudo. (Casa Saudável) 

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