O mês de setembro procura trazer um alerta para
profissionais de saúde, pais e a sociedade em geral sobre um importante tema, o
câncer infantil. A campanha Setembro Dourado, incentivada pelo Hospital de
Câncer de Pernambuco (HCP) e várias instituições de referência no tratamento
contra a doença, busca estimular a detecção precoce do câncer, que aumenta as
chances de cura e minimizar possíveis sequelas físicas e psicológicas. Apesar
de raro, representando de 1% a 3% de todos os tipos de câncer em qualquer
idade, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 12.500 jovens devem ter
tido a doença em 2018, ocasionando 2.704 mortes.
Os cânceres são as principais causas de morte por doença
entre 0 a 19 anos, atrás apenas das causas externas, os acidentes. Porém, se
identificado no início, essa realidade pode mudar e as chances de cura são de
quase 80%. Perda de peso contínua e inexplicável, dores de cabeça com vômito de
manhã, inchaço ou dor persistente nos ossos ou articulações, protuberância ou
massa no abdômen, pescoço ou qualquer outro local, desenvolvimento de uma
aparência esbranquiçada na pupila do olho ou mudanças repentinas na visão,
febres recorrentes não causadas por infecções, hematomas excessivos ou
sangramento, geralmente repentinos, palidez perceptível ou cansaço prolongado –
são alguns sintomas de doenças mais comuns, mas que podem identificar o
aparecimento do câncer. “É necessário que as crianças tenham o seu
desenvolvimento acompanhado por um profissional de saúde durante toda sua
infância e juventude, assim eles podem identificar quando esses sintomas não
estão relacionados com doenças comuns da infância, como viroses e resfriados”,
destaca o oncologista pediátrico do HCP, Dr. Tadeu Calheiros.
Diferente do câncer em adultos, que afeta as células que
recobrem os diferentes órgãos, o câncer nas crianças geralmente atinge as
células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Mundialmente, a
leucemia corresponde à maioria dos casos, seguido pelo tumor cerebral.
Tumor de Wilms (afeta os rins), retinoblastoma (afeta as células que formam a
retina), neuroblastoma (tumor fora do cérebro), Rabdomiossarcoma (câncer de
partes moles – músculos), tumores do Sistema Nervoso Central, tumores ósseos e
linfoma são os cânceres infanto-juvenis mais recorrentes. “Diagnosticado o tipo
da doença, o tratamento começa imediatamente. Dependendo da extensão do caso, o
paciente pode passar por cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou a junção de
ambos. Independente do tipo de tratamento, ele deve ser realizado de forma
integrada com a equipe multiprofissional (enfermeiros, psicólogos, assistentes
sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros), que auxiliam nas
possíveis alterações físicas e emocionais que podem ocorrer no tratamento”,
explica Dr. Tadeu.
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