O desmatamento na Amazônia aumentou 222% em agosto deste
ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Deter,
do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que dispara alertas de
desmatamento para ajudar nas ações do Ibama.
Mesmo não sendo destinado à medição direta do desmate, o
Deter pode ser usado para apontar tendências de aumento ou queda na destruição
da floresta. Com uma maior precisão, É o Prodes, também do Inpe, que determina
anualmente as taxas de desmate –que são medidas entre agosto de um ano e julho
do seguinte. Em agosto deste ano foram desmatados cerca de 1.698 km² de
floresta. No mesmo mês, em 2018, foram 526 km².
Nos últimos meses, o desmatamento, quando comparado a anos
anteriores, vem crescendo. Os meses de junho e julho, respectivamente,
apresentaram crescimento de 90% e 278% no desmate em comparação aos mesmos
meses de 2018.
Em meio à crescente destruição, o governo do presidente
Jair Bolsonaro (PSL) passou a contestar, sem provas, os dados do Inpe.
Bolsonaro chegou a afirmar, em julho, que o então diretor do instituto, Ricardo
Galvão, poderia estar a "serviço de alguma ONG".
Galvão se defendeu do ataque pessoal e passou a defender os
dados e a ciência produzida pelo Inpe. As informações sobre desmatamento também
foram contestadas, sem maiores justificativas, por outros integrantes do
governo, como os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente), Marcos Pontes (Ciência)
e o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
A escalada de ataques do governo às informações fornecidas
pelo Deter levou à demissão de Galvão, no início de agosto. Após a demissão,
mais uma crise se instalou com o crescimento das queimadas no país. Bolsonaro,
novamente sem provas, falou que os incêndios poderiam estar associados a ONGs. Por Folha Press
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