A proteína HSP70, produzida pelo corpo humano, possui um
efeito anti-inflamatório que ajuda no combate a diabetes, doenças
cardiovasculares, Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, entre outras
enfermidades. O Laboratório de Fisiologia Celular da UFRGS vem há cerca de
quinze anos desenvolvendo um medicamento que busca induzir o corpo a um aumento
da produção desta proteína, em um projeto chamado de LipoCardium. Testada
apenas em camundongos, a formulação farmacêutica precisa passar por experimento
em seres humanos. “Pode ser que não funcione, então é um investimento de risco.
A indústria farmacêutica não se interessa por esses investimentos, precisamos
de dinheiro público”, explica o professor Paulo Ivo Homem de Bittencourt
Júnior, coordenador do laboratório.
Em um passado recente, recursos públicos para projetos como
este eram acessados com mais facilidade. “Já foi possível, o próprio
desenvolvimento do LipoCardium foi feito com dinheiro do CNPq”, conta Paulo
Ivo. Em 2007, o laboratório obteve R$ 1,5 milhão para desenvolver um projeto. E
entre 2010 e 2012, mais R$ 1,1 milhão. Os recursos possibilitaram a compra de
equipamentos e reformas importantes para o laboratório, como na parte elétrica.
“De lá para cá não teve mais nada”, lamenta o professor.
Hoje, alguns equipamentos que estão com peças estragadas
estão parados. Outro problema é que de dez aparelhos de ar-condicionado do
laboratório apenas dois estão funcionando. Existem equipamentos que só podem
ser utilizados em um local com determinada temperatura. Sem ar-condicionado,
uma das salas do laboratório se tornou um mero depósito, enquanto utensílios
caros ficam sem uso. (Sul21)
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