Do UOL, em São Paulo
A Argentina foi às urnas neste domingo (27) e elegeu
presidente o candidato de oposição Alberto Fernández, 60 anos, em primeiro
turno. Com 80% dos votos computados, ele, obteve 47,53% dos votos e não podia
mais ser alcançado. Fernández terá como vice a ex-presidente Cristina Kirchner,
66, que comandou o país entre 2007 e 2015.
A vitória da chapa de esquerda era esperada desde as
eleições primárias, em 11 de agosto, quando superou Mauricio Macri, atual
presidente e candidato à reeleição, por 15 pontos percentuais. Para vencer em
primeiro turno na Argentina, basta que o primeiro colocado alcance 45% dos
votos, ou 40% se a vantagem para o segundo candidato for de pelo menos 10 pontos
percentuais.
Fernández é desafeto de Bolsonaro
A vitória de Fernández e Kircher contraria o governo
brasileiro, que tem uma agenda econômica de controle de gastos públicos
alinhada à de Macri. O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar na semana
passada que a retomada da esquerda no país vizinho poderia colocar em risco o
Mercosul —bloco comercial fundado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai.
Na manhã deste domingo (27), Bolsonaro deu uma entrevista
em tom mais conciliador, ao arimar que pretende "ampliar qualquer comércio
com a Argentina", e que espera que Fernández não se oponha à abertura
comercial desejada pelo governo brasileiro.
Alberto Fernández é um aliado da esquerda brasileira. Ele
defende que Lula é um preso político e foi visitá-lo na prisão em julho deste
ano, durante a campanha. Logo após as primárias argentinas, o presidente eleito
argentino chamou Bolsonaro de racista e misógino.
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