Secretários e dirigentes de Cultura dos nove estados do
Nordeste promoveram um encontro em Pernambuco, na última quinta (3) e
sexta-feira (4), para debater novos caminhos para a manutenção e fortalecimento
da atividade cultural. A reunião, realizada no Museu do Estado de Pernambuco
(Mepe), no Recife, foi um espaço de resistência e formulação de novas
iniciativas políticas que buscam favorecer este setor pelo viés econômico, e
teve como principal ponto a entrada das pautas da Cultura - comuns a Região -
no Consórcio Nordeste. Clique aqui e confira as fotos do encontro.
A partir de uma articulação do Governo de Pernambuco, por
meio da Secretaria de Cultura e da Fundação do Patrimônio Histórico e
Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o Fórum de Secretários e Dirigentes de
Cultura do Nordeste contou ainda com a participação de diversos representantes
consulares e seus organismos de cooperação internacional no campo da Cultura.
Estiveram presentes os representantes de Alemanha, Reino Unido, Japão,
França, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Países Baixos, Cabo Verde,
Costa do Marfim, além dos institutos Cervantes e Goethe, British Council, bem
como Unicef, Unesco e Organização dos Estados Iberoamericanos.
O Banco Mundial estima que a cadeia produtiva da cultura
foi responsável por 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta em 2008.
Segundo os dados mais recentes do Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil,
de 2017, o setor foi responsável por injetar R$ 171 bilhões na economia
brasileira - o equivalente a 2,6% do PIB do país. Ao todo, mais de 106 mil
pessoas foram empregadas naquele ano.
“Vivemos recentemente um enfrentamento e desmonte das
políticas públicas construídas nos últimos anos, e, em relação à cultura, houve
uma desestruturação dos órgãos que atuam nessa área. O objetivo do Fórum de
Secretários e Dirigentes de Cultura do Nordeste foi traçar estratégias e
elencar propostas convergentes para evitar que haja uma desestruturação maior
num setor tão importante para a nossa economia”, explicou Gilberto Freyre Neto,
secretário de Cultura de Pernambuco.
“Com a existência do Consórcio Nordeste, há a oportunidade
de se fazer cooperação entre os governos consorciados com instituições de
países amigos interessados em comprar conosco. Isso coloca Recife numa em
situação política e geografia estratégica, porque nós somos a centralidade dos
consulados do Nordeste. Coloca-nos também numa posição ímpar de discutir
políticas integradas, regional, com o corpo consular e a governança do
Consórcio Nordeste que se representa aqui”, destacou Gilberto Freyre Neto.
Presidente do Fórum, a secretária de Cultura da Bahia Arany
Santana deu o tom do encontro: a união dos secretários do Nordeste em torno de
objetivos em comum na política cultural. “O Consórcio Nordeste é o mais
inventivo arranjo federativo neste difícil momento que o país atravessa. É
preciso muita imaginação para construirmos políticas públicas. E se querem
cultura como alvo, terão cultura como flecha”, disse a gestora.
A explanação sobre como surgiu, como vem atuando e de que
forma o Consórcio pode atuar no campo da Cultura foi dada aos secretários
presentes – e representações consulares – pelo secretário-executivo do
Consórcio, Carlos Gabas. “O Consórcio não vai executar ações, mas intermediar
arranjos, compartilhar novas práticas, estudar suas aplicabilidades para novas
situações”, explicou Gabas.
O fórum contou com palestras de Rainier Michael, cônsul da
Eslovênia, e Vinícius Rego, executivo da consultoria Price Waterhouse Coopers
(PWC), e também a participação da coordenadora de Cultura da Unesco no Brasil,
Isabel de Paula. No encerramento do encontro, programas federais, como o
Cultura Viva e a Ancine, tiveram sua importância destacada pelos gestores
culturais.
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