A nova crise no Oriente Médio pode afetar indiretamente as
exportações brasileiras para o Irã, pois muito do que o país exporta para lá,
segue por meio de outras nações do Golfo Pérsico ou da Ásia. “O Irã chegou a
ser o maior importador de carne bovina do Brasil mas, por conta das sanções dos
Estados Unidos, os produtos brasileiros não seguem diretamente para lá e acabam
indo via algum país que não obedece às sanções norte-americanas”, destacou o
especialista em relações internacionais Welber Barral, ex-secretário de
Comércio Exterior do Brasil entre 2007 e 2011 e sócio da BMJ Consultores
Associados.
Se houver um endurecimento dos EUA em relação ao Irã,
ampliando as sanções, o Brasil pode ser afetado, mas é difícil quantificar o
impacto, de acordo com Barral. “Estamos falando de um mercado importante, de
quase 80 milhões de pessoas que consomem produtos halal”, explicou.
Barral lembrou que o Brasil é o maior exportador global de
carnes halal, que têm uma técnica de abate específica, monitorada, para ser
consumida por muçulmanos. Contudo, os dados oficiais não mostram o verdadeiro
volume comprado pelos iranianos. Conforme dados do Ministério da Economia, o
Irã é o 23º destino das exportações nacionais, comprando uma pequena parcela
dos US$ 224 bilhões comercializados pelo Brasil com o resto do mundo em 2019.
A balança comercial entre Brasil e Irã é favorável ao lado
brasileiro, com um saldo de US$ 2,2 bilhões entre janeiro e novembro do ano
passado. Os embarques para o país persa registraram queda de 11,7%, para US$
US$ 2,25 bilhões no acumulado do ano. Entre os principais produtos, estão milho
e soja, que responderam por 44% e 26% do valor comercializado, respectivamente.
As importações brasileiras do Irã somaram apenas US$ 39,9 milhões,
predominantemente, de ureia, matéria-prima de fertilizantes. Por: Rosana Hessel/Diário de Pernambuco.
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