O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou neste
sábado (9) que seria um equívoco não vetar o trecho do projeto de ajuda aos
estados que libera reajuste salarial para os servidores públicos.
A versão inicial do projeto que destina ajuda financeira da
União a estados e municípios por causa da crise do coronavirus colocava como
contrapartida o congelamento nos salários dos servidores. Durante a tramitação
no Congresso, no entanto, parlamentares incluíram no texto categorias que
poderiam ter o reajuste.
O projeto foi aprovado na quarta (6) pelo Senado e seguiu
para a sanção do presidente Jair Bolsonaro . Na quinta (7), Bolsonaro disse
que vetaria a possibilidade de aumento salarial.
“Seria um erro gravíssimo você pegar os recursos que
estariam destinados para a saúde dos brasileiros e tentar desviar isso para
aumentos do funcionalismo e da máquina”, disse Guedes durante uma live
promovida pelo banco Itaú.
Na avaliação do ministro, um eventual aumento de salários
dos servidores “seria a condenação do Brasil” ao aumento de juros e impostos e
ao baixo crescimento.
Guedes também afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) do
Brasil está numa trajetória de forte queda com os impactos provocados pela
crise do coronavírus. Segundo ele, apesar da fraqueza da atividade, o país está
conseguindo “manter a preservação dos sinais vitais” da economia e a
recuperação deve ser acelerada com o fim da pandemia.
“O PIB está em queda e está em queda forte. Estamos
conseguindo manter a preservação dos sinais vitais (da economia)”, disse
Guedes. “A nossa hipótese (mais provável) é de uma recuperação em V.”
Nos últimos dias, vários indicadores divulgados apontaram
que a crise do coronavírus tem sido mais intensa do que o esperado. A produção
industrial de março, por exemplo, despencou 9,1% na comparação com
fevereiro, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Foi o pior desempenho para o mês desde 2002, quando teve início a série
histórica.
Os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco
Central, têm reduzido semanalmente as previsões para o desempenho do PIB. Na
última leitura, a previsão era de queda de uma recessão de quase 4% neste
ano.
Na avaliação do ministro da Economia, o país vai retomar o
crescimento econômico com a combinação de juros baixos – o BC reduziu a
Selic a 3% nesta semana -, volta do investimento e controle das contas
públicas.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário