Segundo dados da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), 21 religiosos morreram em decorrência do novo coronavírus e 368 padres estão infectados no país. De acordo com o boletim divulgado ontem, o número é aproximado, pois nem todas as dioceses conseguiram encaminhar os números. Ainda no boletim, o número de bispos com diagnóstico positivo para covid-19 chega a 11. Destes, dois não sobreviveram — Dom Aldo Pagotto, da diocese Emérito da Paraíba; e Dom Henrique Soares da Costa, da diocese de Palmares, em Pernambuco.
A divulgação de que o número de padres e demais
religiosos infectados por covid-19 no Brasil se aproxima dos 400 ocorre dias
após o vazamento de uma carta assinada por 152 bispos e arcebispos brasileiros,
com duras críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro. No texto, que
foi a público no último domingo, os religiosos acusavam o governo de “omissão,
apatia e rechaço pelos mais pobres” no combate à pandemia e de “incapacidade e
inabilidade para enfrentar a crise” instaurada no país.
A manifestação já é considerada por alguns religiosos
como sendo uma das mais declarações políticas mais fortes da Igreja nos últimos
anos. Como o clero brasileiro tem cerca de 470 bispos, a quantidade de
apoiadores que teriam assinado o conteúdo chega a quase um terço e de todas as
regiões do país. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se eximiu
de qualquer responsabilidade com relação ao texto, intitulado “Carta ao Povo de
Deus”, comunicando que a responsabilidade é dos signatários.
“Cada religioso pensa de maneira diferente. Algumas observações devem, sim, ser feitas. Mas tanto o governo federal não deve ver esse posicionamento só como uma crítica negativa, como os religiosos devem se atentar ao que pode ser construtivo. O momento pede união”, opina o padre José Adelson da Silva Rodrigues, da Arquidiocese de Natal, que reza para o fim da pandemia. Enquanto não é atendido, porém, aconselha: “Que tenhamos o cuidado necessário para colocar a vida em primeiro lugar”. (Correio Braziliense)
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