Com a escola fechada devido à pandemia do coronavírus,
a jovem Camila Kaliane, 18, tenta manter uma rotina de estudos com a ajuda do
celular para continuar se preparando para o Enem (Exame Nacional do Ensino
Médio). Aluna do terceiro ano do ensino médio de um colégio público em Natal,
ela não tem computador em casa.
"Comparado a alguns colegas meus, a minha situação
ainda é boa. Na minha turma, que tem 40 alunos, quando o professor dá aula [à
distância], só 12 assistem. Os outros não têm internet e não conseguem
acessar", conta.
Agravada pela pandemia, a desigualdade no acesso às
ferramentas tecnológicas já tinha tido reflexos no desempenho dos candidatos
que fizeram o Enem no ano passado. Levantamento realizado pelo UOL com
base nos microdados do Enem 2019 mostra que a nota média na prova de redação de
quem declarou ter internet e computador em casa é 86,6 pontos maior do que a de
quem informou não ter essas ferramentas. No exame, a prova de redação vale de
zero a 1.000 pontos.
Dos mais de 5 milhões de inscritos no Enem no ano passado, 19,6% informaram não ter computador e internet em casa. Para analisar o desempenho, o UOL considerou apenas os 3,7 milhões de alunos que realizaram todas as provas. (UOL)
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