Os astronautas norte-americanos Robert Behnken e Douglas
Hurley já saíram da Estação Espacial Internacional (ISS), onde viveram por dois
meses. Às 20h35 (horário de Brasília), a cápsula Dragon "Endeavour",
da SpaceX, foi
separada da estrutura da ISS.
A reentrada na atmosfera terrestre será o ponto mais crítico do retorno, incluindo pelo menos seis minutos sem comunicação. O pouso no Oceano Atlântico está previsto para as 15h42 de amanhã, domingo. As condições climáticas da região seguirão monitoradas, já que o furacão Isaías pode atingir a Flórida.
A viagem entre a ISS e a Terra pode levar entre 6 e 30
horas, dependendo da trajetória. Por garantia, os astronautas possuem três dias
garantidos de comida e lanches. Caso as condições climáticas mudem o
cronograma, eles poderão ficar em órbita um pouco mais do que o previsto.
Após fechar as escotilhas entre a ISS e a Dragon— que
ficou "estacionada" do lado de fora desde que os astronautas
chegaram—, foi realizado o procedimento de despressurização da cápsula. Por
fim, o desencaixe (desatracação) e separação da Estação Espacial, com a ignição
dos motores da Crew Dragon. Neste momento, os astronautas estavam em um ponto
"em cima" da África do Sul
Haviam sete possíveis pontos de pouso para a cápsula na costa da Flórida: Tampa, Tallahassee, Cape Canaveral, Daytona, Jacksonville e Panamá City. No entanto, Pensacola, no Golfo do México, foi escolhida.
Riscos da reentrada
O lançamento e atracagem na ISS são procedimentos mais
simples do que o caminho inverso. As altíssimas velocidades e temperaturas que
o veículo enfrenta ao retornar para nossa atmosfera configuram um dos maiores
desafios da missão.
Primeiro, é preciso encontrar o ângulo correto para a
trajetória. Se for muito agudo, a força-G (efeitos da gravidade) poderia ser
fatal para os astronautas e/ou o atrito com o ar poderia fazer a cápsula
explodir. Se for muito raso, ela poderia catastroficamente "quicar"
na atmosfera e voltar sem controle ao espaço.
Com pequenas ignições de seus dois motores para corrigir a rota, a Crew Dragon entrará em nossa atmosfera superior a aproximadamente 27.000km/h (7,5 km/s). Isso é mais de vinte vezes a velocidade do som e gera uma enorme onda de choque e calor ao redor dela. Na fase mais extrema da reentrada, a temperatura pode ultrapassar 2.000°C. É por isso que vemos a cápsula incandescente. Marcella Duarte Colaboração para Tilt (UOL)
Nenhum comentário:
Postar um comentário