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Publicado por Blog do Ivonaldo Filho

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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Felipão: 'A Seleção não tem a obrigação de ganhar a Copa das Confederações'

Copa 2010

ZURIQUE - Luiz Felipe Scolari quer imprimir na seleção brasileira e na própria campanha na Copa do Mundo o estilo que o marcou e o tornou vitorioso nas Libertadores de 1995 e 1999: conseguir que uma seleção estrangeira, quando entrar em campo contra o Brasil, sinta a pressão da torcida. Em entrevista ao Estado, em Zurique, onde entregou o prêmio da Fifa ao espanhol Vicente Del Bosque, eleito o melhor treinador de 2012, e à americana Pia Sundhage, a melhor técnica, Felipão apresentou seus planos para 2013.

Revelou estar solicitando adversários fortes à CBF e insiste que o Brasil não tem a obrigação de ganhar a Copa das Confederações neste ano. Para ele, o torneio deve ser usado para preparar a seleção para ganhar a Copa de 2014, aí sim uma obrigação. Felipão também não vê problemas diante da ausência de brasileiros entre os melhores do mundo e acha que Neymar será um dos finalistas na Bola de Ouro de 2013.

Não houve nenhum brasileiro na lista dos três melhores jogadores do mundo. Isso é um sinal de que o Brasil vive uma entressafra de craques?

LUIZ FELIPE SCOLARI - Não acredito que seja isso. É verdade que nos últimos dez anos tivemos cinco ou seis nomeados entre os melhores. Nos últimos dois ou três anos não tínhamos fora do Brasil um nome com peso que garantisse essa nomeação. Acredito que, em 2012, se o Brasil estivesse jogando as Eliminatórias ou uma competição oficial, Neymar já estaria. A partir de 2013, quando temos campeonatos normais e ainda a Copa das Confederações, acho que Neymar fará parte desse grupo. Não existe mais entressafra. Além de Neymar, Oscar vai chamar a atenção. Lucas, se no Paris Saint-Germain jogar como vinha jogando, vai chamar a atenção também. E voltaremos a estar na lista dos melhores. Esses jogadores têm 20 ou 21 anos. Eles têm, portanto, sete anos para estar no topo e brigando para estar entre os dez do mundo.

Fez falta não disputar um torneio oficial para a formação de um grupo na seleção brasileira?
LUIZ FELIPE SCOLARI - Certamente. Principalmente pode fazer falta para dar um sentido maior de competitividade ao grupo e maior experiência. É muito diferente quando se entra em campo para disputar três pontos. Mas é o preço que se paga por ser sede da Copa do Mundo ou da Uefa.

O senhor já viveu isso com Portugal na Eurocopa de 2004, que foi realizada no país. Como fez para superar esse obstáculo?

LUIZ FELIPE SCOLARI - Verdade, já vivi isso mesmo com Portugal. A competitividade fica sempre um pouco de lado. A maneira de superar isso é jogar de forma diferente contra as maiores equipes e as indicadas como as favoritas para serem campeãs. Ainda assim, nunca é um jogo de três pontos. Nunca é um jogo em que um erro te afasta de uma competição. Então, falta um pouco de competitividade. Mas o que pode atenuar essa dificuldade é jogar com as grandes equipes.

A CBF tem contratos que deixam para empresários a escolha dos adversários do Brasil nos amistosos. O senhor se sente de mãos atadas?

LUIZ FELIPE SCOLARI - Nós temos um diálogo com a presidência e pedimos adversários de qualidade e fortes. Mas, com o contrato estabelecido, não podemos sempre definir. Existem contratos assinados e precisamos cumpri-los, independentemente de quem é o técnico. Claro, diálogo sempre existe e vamos sempre fazer a colocação de pedir adversários de qualidade.

A Espanha é hoje a grande equipe?

LUIZ FELIPE SCOLARI - É uma delas. Está jogando um futebol muito produtivo. Mas não podemos esquecer que temos a Alemanha jogando muito bem. Há também a Itália, que todos ficam sempre em dúvida se vai chegar e sempre chega. Temos ainda um crescimento muito grande da Argentina e mais aqueles que sempre podem surpreender, inclusive Inglaterra, Holanda e a França, que renovou.

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